Folha de S. Paulo


Após mortes, dirigente diz que Carnaval de Santos deve ser repensado

Dirigente da escola de samba Sangue Jovem, Alexandre Cruz da Cunha diz que o acidente com o carro alegórico foi uma "tragédia" que obrigará a todos da cidade a "repensar o Carnaval".

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Na madrugada desta terça-feira (12), logo após o desfile, quatro pessoas morreram após o carro da escola encostar na fiação elétrica. Três homens que empurravam o carro morreram eletrocutados no local. Uma jovem de 19 anos que estava na calçada encostou no carro, recebeu a descarga e morreu em seguida num hospital da cidade.

"Com essa tragédia, toda a estrutura terá que ser repensada, como logística e segurança. Estamos todos chocados e teremos que repensar como lidar com Carnaval", disse Cunha, diretor de relações públicas da escola.

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A Sangue Jovem é um torcida organizada do Santos Futebol Clube. A entidade ofereceu ajuda financeira aos familiares das quatro vítimas --duas serão enterradas em São Vicente, cidade vizinha, e as outras duas, em Santos.

O carro alegórico atingiu a rede elétrica no percurso entre o sambódromo e o local onde os carros são estacionados e, em seguida, desmontados.

Após o desfile, ainda na dispersão, os foliões desceram do carro, que passou a ser empurrado por uma avenida da cidade. No meio do caminho, inclinou para um lado e encostou na fiação.

Segundo a Sangue Jovem, o carro alegórico estava em "perfeitas condições". "O carro não sofreu alteração. Nada foi mexido", disse o dirigente da escola.

O carro que atingiu a rede elétrica fez uma homenagem a negros que lutaram contra o preconceito, como Pelé e Martin Luther King.


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