Folha de S. Paulo


Metrô vira passarela de plumas, paetês e purpurina no Rio

Em dias de Carnaval no Rio, é quando cai a noite que o metrô se ilumina. De cada trem que chega às estações Central ou Praça Onze --as mais próximas do sambódromo-- saem plumas e paetês, entre outros adereços, sempre regados a muita purpurina.

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Com todas as interdições do trânsito, é o metrô o principal responsável pelo transporte dos foliões que invadem os blocos de rua durante o dia e dos integrantes das escolas à noite. Com muito cuidado, todos entram e tentam sair sem danificar a fantasia alheia --e a própria.

Na estação de São Cristóvão, a pedagoga Mônica Bezerra, 35, não disfarça a ansiedade. Carrega sobre os ombros parte da fantasia de robô, que desfilaria pela Unidos da Tijuca. "Estou com falta de ar. O coração está bombando. É como se fosse a primeira vez", diz Mônica.

Do metrô também sai Djalma Sabiá, patrono da ala dos compositores e patrimônio do Salgueiro. Aos 87 anos, de bengala e acompanhado de um integrante da escola, Sabiá chega à estação Praça Onze com pressa para não se atrasar para a concentração.

Antes, ele revela que o segredo para participar do Carnaval desde 1954, quando estreou, não se exceder no álcool e no cigarro. "De resto, é sempre uma emoção diferente", diz, ao cruzar a catraca.

De dia, o metrô vira ponto de encontro, local de descanso e até de namoro. Aí é a vez da turma dos blocos.
Os vagões ficam lotados de fadas, bailarinas e super-heróis. De repente, alguém puxa uma marchinha. Muitos acompanham, sambam.

A publicitária Domitila Sakamoto, 29, e o namorado Moacir Amorosino, 31, participaram de 11 blocos nos últimos três dias. Ela de palhaça. Ele de panda. Os dois vão de Copacabana para o Aterro do Flamengo. "O legal é que no metrô o pessoal já vai aquecendo, batucando, cantando", conta Domitila.

No entanto, nem tudo é festa. Desde sexta-feira, o metrô carioca registrou longas filas em diversas estações.
A sujeira e o mau cheiro também se fizeram presentes. Dentro e fora dos vagões.


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