Folha de S. Paulo


Após incêndio no RS, Alckmin determina vistoria em prédios públicos de SP

O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), determinou nesta sexta-feira (1º) que todos os prédio públicos passem por uma ampla vistoria. Segundo ele, o objetivo é reforçar o trabalho de prevenção a acidentes desses locais e "certificar que todos os equipamentos estão de acordo com as normas e padrões exigidos por lei."

Na terça-feira (29), o governador disse que todas as casas noturnas com mais de mil metros quadrados de área construída em funcionamento no Estado de São Paulo também serão vistoriadas por equipes do Corpo de Bombeiros, como parte da operação Prevenção Máxima, anunciada no mesmo dia. Casas menores também entrarão na lista de inspeções, segundo Alckmin.

As medidas foram anunciadas sob impacto da tragédia de Santa Maria (RS), que deixou ao menos 236 mortos em um incêndio na boate Kiss no último domingo (27). Elas valerão, também, para todos os outros setores, como o imobiliário.

Durante o anúncio da medida, Alckmin disse que "o Estado tem que dar o exemplo".

LEGISLAÇÃO

O governador afirmou que São Paulo tem a melhor legislação para o combate a incêndios do Brasil. "Nós temos a melhor legislação do país, a mais avançada, e um grande rigor", disse.

Segundo Alckmin, a cada dez pedidos para abertura de casas noturnas na capital, sete são negados na primeira inspeção dos bombeiros por estarem em desacordo com as normas exigidas.

Ele não descartou, contudo, que possa haver mudanças na lei. "É sempre bom rever, sempre bom aprimorar. Se houver necessidade de algum aprimoramento, será feito."

INCÊNDIO

O incêndio aconteceu na madrugada de domingo (27) na boate Kiss, localizada no centro de Santa Maria (RS). O local é famoso por receber estudantes universitários. Ao todo, 236 pessoas morreram e outras 119 permanecem internadas.

O fogo teria começado na espuma de isolamento acústico da boate, após um integrante da banda Gurizada Fandangueira manipular um sinalizador. Faíscas atingiram o teto e iniciou as chamas. O guitarrista da banda afirmou que o extintor de incêndio não funcionou.

Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.

Editoria de Arte/Folhapress

A maioria das vítimas morreu por asfixia durante a festa promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.

No local, havia apenas uma uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.

A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia.

A direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade". (LORENNA RODRIGUES)

Editoria de Arte/Folhapress
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