Folha de S. Paulo


Grupo do Canadá dará apoio a vítimas de incêndio na boate Kiss

Um médico gaúcho que coordena um centro de referência em recuperação pulmonar no Canadá virá ao Brasil dar apoio ao atendimento das vítimas da boate Kiss, informou o ministro Alexandre Padilha (Saúde) nesta quinta-feira.

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"É como se fosse uma 'diálise' do pulmão, com uma filtragem feita com uma máquina fora do corpo", explicou o ministro sobre a especialidade do centro canadense. A técnica já existe no Brasil, e um procedimento semelhante está sendo usado com uma das vítimas.

De acordo com Padilha, não são todos os pacientes que poderão usar a tecnologia. Eles passaram por análise antes de serem submetidos à técnica.

Dentro os feridos, pelo menos duas pessoas devem usar a técnica, o que não desanimou o ministro. "Se tiver tecnologia para salvar um paciente, nós vamos usar."

Na manhã de hoje, autoridades de saúde divulgaram balanço atualizado do número de atendimentos realizados até agora. Desde ontem, o número de internados reduziu em quatro pessoas.

Os 138 pacientes ainda internados estão em hospitais de Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Caxias do Sul e Ijuí.

No total, ainda há 87 pessoas em UTIs, sendo 29 em Santa Maria e 57 em Porto Alegre e região metropolitana. Desses pacientes internados em UTIs, 11 já respiram sem a necessidade de ventilação mecânica.

INCÊNDIO

O incêndio aconteceu na madrugada de domingo (27) na boate Kiss, localizada no centro de Santa Maria (RS). O local é famoso por receber estudantes universitários. Ao todo, 235 pessoas morreram.

O fogo teria começado na espuma de isolamento acústico da boate, após um integrante da banda Gurizada Fandangueira manipular um sinalizador. Faíscas atingiram o teto e iniciou as chamas. O guitarrista da banda afirmou que o extintor de incêndio não funcionou.

Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.

Editoria de Arte/Folhapress

A maioria das vítimas morreu por asfixia durante a festa promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.

No local, havia apenas uma uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.

A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia.

A direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade".

Editoria de Arte/Folhapress
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