Folha de S. Paulo


Biblioteca na zona oeste de SP abriga 12 mil títulos húngaros

Não dá para entender o que está escrito na capa do livro. É difícil de decifrar aquele amontoado de letrinhas. É só com a ajuda da bibliotecária que se descobre que a obra data de 1861 e versa sobre a reforma de estado na Hungria.

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O título é uma das raridades da biblioteca da abadia São Geraldo, que abriga cerca de 12 mil volumes em húngaro. Os exemplares foram trazidos da Hungria por refugiados durante as duas guerras mundiais.

A maior parte dos livros cruzou o Atlântico em navios e acabou atracando na Vila Sônia, na zona oeste.

Algumas obras do acervo não existem mais na Hungria. É o caso de uma edição de 1762 de um livro de catecismo do século 16 e de uma impressão de 1607 de "Meditações", de Santo Agostinho.

A coleção foi reconhecida pela Biblioteca Nacional da Hungria em 1997 como a única fora do país catalogada, traduzida, classificada e com a lista de títulos na internet.

Apenas os monges têm livre acesso às obras --especializadas em religião, sociologia, arte, filosofia, pedagogia e história. Só é possível fazer visitas com hora marcada.

"Alguns [livros] são muito valiosos. Mas essa nova geração [de monges] já não fala a língua", diz o abade emérito húngaro dom Ernesto Lima, 88, no Brasil há 46 anos.
A biblioteca possui ainda outros 60 mil títulos em português, inglês, francês, alemão, grego, latim e italiano. (RAYANNE AZEVEDO)

ABADIA SÃO GERALDO
ONDE:Rua Santo Américo, 357
TELEFONE: 0/xx/11/4048-1838
ENTRADA: gratuita

Eduardo Knapp/Folhapress
Monge caminha entre os livros da biblioteca da abadia São Geraldo, na zona oeste da capital
Monge caminha entre os livros da biblioteca da abadia São Geraldo, na zona oeste de São Paulo

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