Folha de S. Paulo


Violência impede carteiros de entregar presentes de Natal em SP

Carteiros deixaram de entregar encomendas em bairros no extremo da zona sul de São Paulo por medo de assaltos e sequestros-relâmpago.

O problema atinge até crianças que escreveram cartinhas para o Papai Noel. Presentes doados na Campanha Natal dos Correios ainda não foram entregues. A estatal diz que pretende resolver o caso nesta semana.

Os presentes pedidos ao Papai Noel estão empilhados no subsolo da agência Santo Amaro (zona sul).

"Na sexta-feira passada contamos no depósito entre 2.500 e 3.000 pacotes, que estavam dentro de cerca de 40 contêineres", diz um funcionário que pediu anonimato.

Wendel Portela Silva, 7, do Grajaú, é uma das crianças que não foram contempladas. Segundo sua mãe, Vera Nilma, 45, o garoto está desolado. "Ele fica no portão todos os dias aguardando o carteiro chegar", disse.

A violência em regiões como Grajaú, Parelheiros, Santo Amaro e Interlagos é a principal causa apontada pelos agentes dos Correios para o atraso na entrega.

"A situação está insustentável. Quando vamos para essas regiões, saímos na sorte. Precisamos de escolta", diz um dos funcionários.

Segundo ele, um carteiro já foi ferido com um tiro na perna em um assalto e, na semana passada, três funcionários sofreram sequestros-relâmpago no trabalho.

Segundo o presidente do Sintect-SP (sindicato dos trabalhadores dos Correios), Elias Cesário de Brito Júnior, na região há apenas sete escoltas para os 120 carteiros.

OUTRO LADO

Os Correios afirmam que pretendem regularizar a distribuição nesta semana e que o local recebeu cerca de 4.500 presentes e entregou 3.500.

Segundo a estatal, na região é preciso de escolta e isso aumenta o prazo de entrega. A estatal diz que investiu mais de R$ 2 milhões em unidades da zona sul.


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