Bastaram dois minutos de distração para que Erick, 9, que brincava na areia, perdesse de vista o guarda-sol onde estavam os pais no Guarujá.
Pulseira 'high-tech' ajuda a encontrar criança na praia
Depoimento: Perdida, só me lembrava do 'índio' do prédio
"Ele estava a poucos metros e sumiu. Achei que o tivessem levado", diz Marilsa Trindade, 32, que passava férias com o filho na praia da Enseada.
Um parente ficou no guarda-sol, enquanto ela e o marido saíram à procura. Encontraram o garoto 30 minutos depois, com ajuda de guarda-vidas e voluntários. "Parecia uma eternidade. Quando o vi, só sabia chorar e abraçá-lo."
Casos como esse, registrado no último domingo, têm sido mais frequentes no litoral paulista. Segundo o Corpo de Bombeiros, o número de crianças perdidas na praia dobrou nos últimos dois anos --de 607 em 2011 para 1.161 em 2012.
O verão concentra a maioria dos casos. Só nesta temporada (do dia 21/12 até o último dia 10), foi uma média de 15 crianças perdidas ao dia. O número pode ser maior, pois representa só casos em que guarda-vidas são acionados.
Para o tenente-coronel Eduardo Nocetti, do Corpo de Bombeiros, o aumento é "atípico" e indica que pais precisam redobrar a atenção.
O aumento também ocorre em outros Estados. No Paraná, desde o início da temporada, houve 140 ocorrências --alta de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já em Santa Catarina, em três meses, foram 332 casos --o Estado não informou dados de anos anteriores.
Recomenda-se, para evitar o problema, o uso de pulseiras de identificação e a fixação, juntamente com os filhos, de um ponto de referência, como um prédio alto.