Folha de S. Paulo


Começa 5º dia do júri do caso Eliza; destino de Macarrão será decidido

Começou por volta das 11h20 no fórum de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, o julgamento de dois dos réus acusados do desaparecimento de Eliza Samudio, em junho de 2010. A expectativa é que o júri decida ainda hoje o destino de Luiz Henrique Romão, o Macarrão (ex-secretário de Bruno), e de Fernanda Castro (ex-namorada).

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A sessão estava marcada para iniciar às 9h, mas a instalação de um equipamento de som que transmitirá o julgamento para os jornalistas na sala da imprensa atrasou o início dos trabalhos.

Macarrão responde pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza e de seu bebê. Já Fernanda está sendo julgada por sequestro e cárcere privado.

A sessão vai começar com a exposição dos argumentos da Promotoria, que tentará convencer os sete jurados da responsabilidade dos réus no crime. Em seguida, será a vez das defesas de ambos falar. Acusação poderá falar até uma hora e quinze minutos sobre cada réu. Os advogados de Macarrão e Fernanda também terão o mesmo tempo para fazer suas exposições.

Caso a Promotoria queira continuar o debate, ela poderá pedir réplica, e as defensorias, tréplica. Essa fase pode durar entre cinco e nove horas.

Em seguida, juíza deverá fazer um intervalo para que o conselho de sentença se reúna e decida se Macarrão e Fernanda são ou não culpados.

Na noite de quarta-feira (21), antes de Macarrão iniciar seu depoimento, a juíza Marixa Rodrigues indicou que a pena do réu seria atenuada com a confissão do crime. "A confissão é um elemento de redução de pena. E o caso do senhor, ela será considerada enormemente", afirmou.

Macarrão incriminou Bruno pelo desaparecimento e morte de Eliza. Ele afirmou que o goleiro havia pedido que ele levasse Eliza até um ponto próximo da Toca da Raposa --centro de treinamento do Cruzeiro na Pampulha, em Belo Horizonte-- onde um homem a estaria esperando. "Eu estava pressentindo que ela iria morrer."

JULGAMENTO

O julgamento começou com cinco réus --o goleiro Bruno, seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e a ex-namorada Fernanda Castro--, mas foi reduzido para dois. Todos são acusados da morte e desaparecimento de Eliza Samudio, em junho de 2010.

Bola foi excluído do júri logo no primeiro dia para apresentar novos advogados após a desistência de seus dois defensores, Ércio Quaresma e Zanone Oliveira.

No segundo dia de julgamento, Bruno dispensou o advogado, Rui Pimenta, de sua defesa.

A tentativa do goleiro de destituir também seu advogado, Francisco Simim, culminou no desmembramento do julgamento da ex-mulher de Bruno, Dayanne.

No terceiro dia de julgamento a defesa do goleiro usaram um dispositivo legal para desmembrar a julgamento de Bruno, transferindo os poderes de defender o réu. Francisco Simin, dessa forma, passou o caso para Lúcio Rodolfo da Silva, que pediu um prazo para ler o processo. O novo julgamento está previsto para ocorrer dia 4 de março de 2013.

Editoria de Arte/Folhapress

Foram ouvidas oito testemunhas até a madrugada desta quinta-feira. Em depoimento o ex-motorista de Bruno, Cleiton da Silva Gonçalves, confirmou ter ouvido Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, dizer que Eliza "já era" e que seu corpo havia sido jogado para cães.

A delegada Ana Maria Santos, que trabalhou na investigação, revelou no segundo dia do julgamento detalhes do depoimento do primo Bruno, Jorge Luiz Rosa, dado à polícia em 2010. Segundo Rosa, Eliza foi amarrada e chutada antes de ser morta.

A testemunha de acusação, Jaílson Alves de Oliveira, confirmou ter ouvido Bola confessar que teria matado Eliza. Ele também afirmou que foi ameaçado pelo goleiro Bruno.

Na quarta-feira, a mãe de Eliza e um amigo de Macarrão foram ouvidos pelo júri. De tarde, dois vídeos com os depoimentos do caseiro José Roberto Machado, que trabalhou no sítio de Bruno, e de sua mulher, Gilda Maria Alves, foram passados. Eles substituíram as testemunhas dispensadas pela defesa de Fernanda, que foram flagradas falando ao celular no hotel onde estão hospedadas.


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