Folha de S. Paulo


Minuto de silêncio lembra acidente com o voo 3054 da TAM

"Nesse mesmo horário, numa terça-feira, com a mesma chuva." Desse modo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), inaugurou na noite desta terça-feira a praça Memorial 17 de Julho, uma homenagem às vítimas do acidente com o voo 3054 da TAM, relembrando as circunstâncias da tragédia, ocorrida há exatos cinco anos perto do aeroporto de Congonhas (zona sul).

Às 18h51, horário da explosão, foi feito um minuto de silêncio para homenagear as vítimas. A vida das 199 vítimas foi representada pelo acendimento de luzes, instaladas no chão.

"Cada momento que alguém passar por aqui, vai nos ajudar para que todas as manifestações feitas nos últimos cinco anos não sejam perdidas", disse o prefeito.

De acordo com Dário Scott, que perdeu a filha de Thais, de 14 anos, a construção da praça simboliza a vida.

"Durante os últimos anos, viemos a um amontoado de ruínas para celebrar para celebrar a vida de nossos familiares. Agora, temos um espaço maravilhoso, que carregará para sempre o nome das vítimas", afirmou Scott.

A praça tem 8.318 m² de área, distribuídos em torno de uma amoreira, única árvore que sobreviveu ao incêndio provocado pelo acidente, que matou 199 pessoas.

Debaixo de frio e chuva, familiares das vítimas estiveram presentes em uma missa que ocorreu no início da noite. A cerimônia foi celebrada pelo bispo de Santo Amaro, Dom Fernando Figueiredo.

A seguir, houve uma apresentação de coral e discursos de familiares.

O dia em memória ao acidente foi marcado por manifestações de um grupo de familiares das vítimas. Por volta das 14h50, um pequeno grupo já estava no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo.

Segundo a Afavitam (associação dos familiares e amigos das vítimas), o grupo distribuiu panfletos no aeroporto lembrando o acidente, as investigações e alertando sobre os riscos do sistema aéreo.

MEMORIAL

Logo no primeiro mês após o acidente, em agosto de 2007, os familiares das vítimas começaram a discutir o que fazer com o terreno, que foi doado pela TAM à Prefeitura de São Paulo, mas, só em dezembro do ano passado, a obra, de fato, começou.

Isso ocorreu, segundo Archelau Xavier, vice-presidente da Afavitam, por causa da morosidade do processo de desapropriação das casas que ocupavam o quarteirão, vizinhas do terminal de cargas expressas da companhia e de um posto de combustíveis, onde o avião se chocou.

Outro ponto foi a escolha do projeto, bancado pela prefeitura. A primeira ideia do arquiteto Ruy Ohtake previa uma creche e um centro de segurança aérea. Mas, segundo Xavier, pela proximidade do aeroporto, o projeto de criação do centro foi abandonado.

Então, foi decidido pelo projeto do arquiteto Marcos Cartum. A obra levou oito meses para ser concluída. (FELIPE VANINI BRUNING)


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