Folha de S. Paulo


Pê-efe de Cuiabá com ovo frito provoca as maiores filas do Fartura

Arroz, banana, farofa, costela bovina e um ovo frito dourado na parte de baixo, gema molinha. Com esse pê-efe, a chef cuiabana Ariani Malouf, do Mahalo, foi o maior sucesso do Fartura.

"É legal ousar, mas em um evento como esse, com pessoas de diferentes gostos, é preciso ter cautela para agradar a todos", diz a chef.

Desde o início do sábado (25) começaram as filas para provar a porção, de R$ 25.

Ariani já havia participado do Fartura em Belo Horizonte, em 2015, com a costela bovina e rosti de mandioca. Diante do sucesso da carne, pensou nos outros acompanhamentos, já usados no picadinho do restaurante.

Nos dois dias foram vendidos 750 pratos. Nas últimas 200 porções, a costela foi trocada por filé-mignon, porque a chef não estava preparada para tanta procura.

O mesmo aconteceu com a barriga de porco servida por Leo Paixão, do Glouton de Belo Horizonte, que trocou o ingrediente esgotado por um espetinho suíno.

Chamada Especial Fartura

Vinda de diferentes regiões do país, comida substanciosa, mesmo que em pequenas porções, fez sucesso.

Além da costela e do porco, foram muito bem cotados o baião de dois (feijão-verde, arroz vermelho, carne de sol, queijo coalho) de Onildo Rocha, do restaurante Roccia, de João Pessoa (PB) e o rojão (bolo de carne suína moída) de Angelita Gonzaga, do Arimbá, de São Paulo.

Os frutos do mar compareceram, entre outros, no arroz cremoso de Wanderson Medeiros, do Picuí,de Maceió, no vatapá que recheou os churros de tapioca de Morena Leite, do Capim Santo (SP) e, claro, estrelaram a paella feita ao vivo por Rodrigo Zarife, do Ro.Za Bistrô de Belo Horizonte.

FOGO DE CHÃO

O grande representante do Sul do país foi o churrasco. Antonio Costaguta, do restaurante El Topador, de Porto Alegre, montou um fogo de chão para assar seus costelões ao ar livre.

O cheiro da carne abriu o apetite do público, que não pareceu preocupado em sair com as roupas e os cabelos cheirando a fumaça.

Muito antes do horário marcado para o churrasco ser servido (às 16h de sábado e domingo), as pessoas se aglomeravam no cercado montado para o churrasco, que começava a ser preparado às 9h, sob a supervisão de membros do Corpo de Bombeiros.

TACACÁ

Para representar o Norte, Daniela Martins, do Lá Em Casa, de Belém, levou o famoso tacacá (caldo de tucupi, goma de tapioca, camarão seco e jambu).

Além do tacacá no espaço dos chefs, a culinária do Norte marcou presença no espaço degustação. Os chefs da Cabana do Lago, de Tocantins, prepararam receitas com tucunaré, cupuaçu e buriti.

Representantes da região também fizeram pratos com rã e tartarugas. Os vegetarianos foram agraciados com uma degustação de cogumelos da Amazônia, do chef Felipe Schaedler, do Banzeiro de Manaus.

Outras opções para quem não comia carne foram o nhoque de beterraba da chef Tassia Magalhães, do Pomodori de São Paulo, e o hambúrguer vegetariano do Buzina.

Apesar de Fartura ser voltado à gastronomia brasileira, os vinhos vendidos no evento eram argentinos –o que não incomodou o público que, talvez motivado pelo frio, circulou à vontade com tacinhas e garrafas.

CAROLINA MUNIZ, IARA BIDERMAN, JÚLIA ZAREMBA, MAGÊ FLORES, MARÍLIA MIRAGAIA E RENATA HELENA RODRIGUES


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