Folha de S. Paulo


Aulas no Fartura têm teoria, receitas e incitação à 'revolução queijeira'

Chamada Especial Fartura

Além de experimentar pratos criados por chefs de diferentes regiões do país, o público do festival Fartura também teve a chance de conhecer mais sobre a história, a técnica e curiosidades de algumas dessas receitas no Espaço Aulas.

A versatilidade da culinária brasileira foi o tema da primeira aula do dia, ministrada pelo chef baiano Jorge Luiz da Hora de Jesus, professor de gastronomia do Centro Universitário Senac.

Entre todas as lições de culinária passadas aos alunos, Jorge destacou a importância de estudar a história das receitas tradicionais para conseguir inovar na cozinha.

"A culinária brasileira não está engessada. O que comemos hoje não comeremos amanhã. Precisamos revisitar a história para conseguir, com maestria e domínio de técnica, ousar para o futuro", afirmou.

Além da aula, também houve uma degustação de um prato criado pelo chef: crème brûlée de pirarucu defumado. A receita foi muito elogiada pelo público, composto por cerca de 20 pessoas.

REVOLUÇÃO QUEIJEIRA

Já o chef Fernando Oliveira, dono da loja "A Queijaria", destacou o crescimento do consumo de queijo no país –segundo ele, em torno de 10% ao ano.

"Nós vamos virar a pátria do queijo. Temos um mercado pronto pra absorvê-lo, terras e, o mais importante, biodiversidade. Vivemos uma revolução queijeira", disse.

Para Oliveira, no entanto, os brasileiros ainda consomem muito pouco queijo em relação a outros países - uma média de 6,5 quilos por ano, contra 28 quilos na Grécia e 25 quilos na Argentina.

O público, de aproximadamente 50 pessoas, também pôde aproveitar a degustação de cinco tipos de queijos, do mais forte para o mais suave: coalho, serrano, canastra, joaninha, branco de cássia e do serro.

SOBREMESA

Depois de tanto sal, foi a vez da chef Rita Medeiros, da Sorbê Sorvetes Artesanais, de Brasília, falar sobre a matéria-prima das suas receitas: as frutas do cerrado.

"Enquanto nos outros biomas há nichos ecológicos, no cerrado, em um espaço de apenas um metro quadrado, você encontra uma diversidade de espécies", afirmou.

O público, de cerca de 20 pessoas, também pôde experimentar cinco diferentes sabores de sorvetes - cajuzinho, pequi, jenipapo, araticum e murici.

Além deles, os chefs Léo Gonçalves, da Cozinha DOC, Juliana Motter, da Maria Brigadeiro, e Tatiana Peebles, da Fazenda Yaguara Ecológio, também vão palestrar no espaço.

A programação do Fartura pode ser vista no site do festival –no qual também há um link para a compra de ingressos.


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