Folha de S. Paulo


Barraquinhas de comida da Tailândia têm produtos frescos e receitas típicas

Rachen Sageamsak - 12.out.2015/Xinhua
(151012) -- BANGKOK, Oct. 12, 2015 (Xinhua) -- A vender prepares vegetarian foods at a market in Chinatown, Bangkok, Thailand, Oct. 12, 2015. The Vegetarian Festival in Thailand, to be held from Oct. 13 to 21, has come to be translated as abstinence from eating meat, poultry, seafood, and dairy products. (Xinhua/Rachen Sageamsak)
Vendedora serve refeição vegetariana em mercado de comida de Chinatown, em Bancoc

O gosto pelas refeições simples, que está se transformando em tendência internacional a passos largos, é uma das tradições mais arraigadas de Bancoc, onde se proliferam as barraquinhas de comida nas calçadas.

Falar de Tailândia não significa apenas fazer passeios em elefantes, aproveitar praias paradisíacas ou visitar grandes templos budistas. O sabor da culinária local se transformou em uma das maiores atrações turísticas do país, cuja capital conta com 38 mil quiosques de comida popular.

Todas as manhãs, o mercado Watt Khgek se transforma em um longo e estreito corredor repleto de vendedores ambulantes que oferecem produtos frescos e comida preparada na hora. Logo cedo, os intensos aromas do curry, de especiarias e do peixe recém-frito se misturam ao burburinho das conversas entre vendedores e clientes.

Nas barraquinhas, produtos de todo tipo. Verduras e hortaliças que acabaram de ser colhidos, galinhas ainda vivas e pratos típicos prontos "pra viagem".

Ratthana tem 70 anos e há 28 comanda um espaço de doces tailandeses. Lá, ele vende 400 porções de gelatina de coco e folha de banana por dia, a 30 bat (cerca de R$ 3).

Logo em frente, Aor e a cunhada, que estão no mercado há apenas três anos, se esforçam para servir com rapidez saquinhos de peixe com arroz doce, a "especialidade da casa".

Nos feriados budistas, o mercado se transforma em uma verdadeira festa. Pessoas correm para comprar guirlandas coloridas e comida para oferecer nos templos, enquanto os vendedores disputam os fregueses gritando sem parar o preço das mercadorias.

Do outro lado da cidade, o Soi 38 foi durante décadas um de pontos de visita obrigatória na capital por seu ambiente festivo, descontraído e abarrotado de gente, mas seus dias estão contados. Em janeiro de 2016, o espaço dará lugar à construção de um prédio de apartamentos luxuosos.

"Cresci correndo por estes becos entre as barraquinhas de comida e me dá muita pena sair daqui. O 38 é um ícone da cidade", comentou a dona de um dos quiosques.

Mesmo perto do fim, por seus corredores ainda é possível ver colunas fumegantes de arroz, um ingrediente que não pode faltar nas seis refeições que os tailandeses fazem diariamente, incluído o café da manhã.

A pimenta-malagueta, outro ingrediente fundamental na cozinha local, foi levada para a Tailândia no século 16 pelos missionários portugueses após sua passagem pela América do Sul.

A presença das culinárias francesa, japonesa e chinesa só chegou à Tailândia no século 17 e foi nessa época que surgiu o gosto pela fritura, amplamente estendida hoje em dia.

Apesar da fama e da proliferação da comida na rua, expoentes da alta gastronomia, como o Gaggan (1º lugar) e o Nahm (7º lugar), ambos em Bangcoc, foram reconhecidos internacionalmente na lista dos 50 melhores restaurantes da Ásia deste ano, organizada pela revista britânica "Restaurant".


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