Folha de S. Paulo


Chef Paul Prudhomme, que deu fama culinária a Nova Orleans, morre aos 75

Bill Haber - 2.fev.2007/Associated Press
Foto de arquivo do chef Paul Prudhomme em entrevista em seu restaurante
Foto de arquivo do chef Paul Prudhomme em entrevista em seu restaurante

Paul Prudhomme, um dos mais importantes chefs de cozinha dos Estados Unidos, morreu nesta quinta-feira (8), aos 75 anos.

A informação foi confirmada por funcionários de seu restaurante, o K-Paul's Louisiana Kitchen, às agências de notícias. Tiffanie Roppolo, chefe financeira dos negócios de Prudhomme, afirmou à Associated Press que ele morreu depois de lutar contra uma "breve doença".

Prudhomme ganhou fama a partir do final da década de 1970, depois de ser o primeiro americano a assumir a cozinha do restaurante Commander's Palace, em Nova Orleans (EUA).

Até então de cozinha predominantemente europeia, a casa foi abrindo espaço para as culinárias locais creole e cajun –esta última, em referência a um grupo descendente de colonos de origem francesa expulsos do Canadá estabelecidos mais tarde no sul dos EUA.

O próprio Prudhomme, nascido em Opleousas, tinha ascendência cajun.

"Antes dele, a comida cajun não era parte da cozinha de Nova Orleans. O resultado foi uma explosão de sabores espetaculares que influenciou a cidade, o Estado e o mundo. Não há melhor embaixador para Nova Orleans e a Louisiana do que Paul Prudhomme", afirmou, em comunicado, a família Brennan, que contratou o chef para o Commander's Palace.

Em 1979, Prudhomme abriu a própria casa, o K-Paul's, em referência a seu nome e ao da primeira mulher, Kay. Também ali, o chef, autodidata, se especializou na cozinha cajun e amealhou reconhecimento.

"Ele tinha uma missão e fazia a comida falar por si só. Ele mudou o jeito como comemos em Nova Orleans trazendo a comida cajun para os restaurantes da cidade", disse à AP o chef Frank Brigtsen, que trabalhou com Prudhomme por sete anos.

Mais novo de uma família de 13 filhos, Prudhomme ficou famoso também pela figura gorducha, atarracada, barbada e bonachona –ele tinha pouco mais de 1,50 metro e chegou a pesar mais de 200 quilos.

Nos anos 1980, se tornou presença constante em programas de TV nos EUA e em diversas capas de livro com receitas da apimentada culinária em que se especializara.

Na época do furacão Katrina, que devastou Nova Orleans, ele usou o estacionamento do restaurante para instalar trailers para os funcionários que tiveram casas afetadas e a estrutura do local para cozinhar para voluntários do resgate.


Endereço da página: