Folha de S. Paulo


Consumo de vinho no Brasil cresce, mesmo com retração na economia

O consumo de vinhos no Brasil aumentou em 4,6% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2014, um crescimento que se dá em momentos de sinais de debilidade na economia do país e em que as famílias reduziram as compras em 0,9% no primeiro trimestre, informaram fontes do setor.

O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) apontou que os vinhos, sucos, espumantes e outros produtos derivados da uva registraram crescimento no consumo, mas o vinho tinto se destacou, com um avanço de 4,6%, chegando a 9,1 milhões de litros.

"O próprio consumidor está sabendo apreciar o vinho, tanto o nacional como o importado, mas o volume consumido ainda é pequeno e nos dá espaço para crescer por vários anos mais", disse Oscar Lo, presidente da Federação de Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), principal estado produtor.

Para Lo, por mais que o país enfrente uma retração econômica, nos últimos anos as famílias aumentaram seu poder aquisitivo e incorporaram o vinho em suas mesas. A forte baixa do real frente ao dólar, de 28% até esta parte do ano, encareceu as importações e deu início a uma queda de 1,9% dos vinhos importados no Brasil neste semestre. No entanto, o chefe de promoção vinícola da Embaixada da Espanha no Brasil, Antonio Correas, disse à Efe que a leve redução não é alarmante. "O consumo do vinho não compartilha o mesmo pessimismo que existe em outros setores, continua vigoroso, apesar de certa queda do consumo em restaurantes", comentou Correas.

Para ele, o fortalecimento do produto nacional é positivo e contribui para reforçar em brasileiros a cultura do vinho.


Endereço da página: