Folha de S. Paulo


Goya aposta em minipratos ao estilo espanhol feitos com esmero

À primeira vista, nada no novo Goya sugere qualquer ligação com a Espanha –a não ser o nome, que homenageia o pintor do país. Mas o tipo de serviço, de pequenas porções (minipratos trabalhados) é o que mais se parece com os bares de tapas (pintxos) de San Sebastián.

Fisicamente é bem diferente: os bares de San Sebastián ficam escancarados para a calçada, e têm balcões apinhados de gente, que come habitualmente de pé.

Não é o caso do Goya (que substitui, com mesmo dono, o antigo Rothko): ele fica mais retirado –tem mesinhas na calçada e, no salão, tem mais o ar brasileiro, com mesas e cadeiras.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Costelinha de porco com goiaba do restaurante Goya
Costelinha de porco com goiaba do restaurante Goya

O Goya lembra esse jeito de comer –só que com inspiração brasileira. Mesmo tendo também queijos e salumerias artesanais, a essência do cardápio são as pequenas e variadas porções (às vezes trabalhosas, mas preparadas com esmero), que convidam a experimentar várias coisas.

A cozinha segue na mão do chef-proprietário Diego Belda, 40, formado em artes plásticas, mas envolvido com a cozinha há muito tempo, incluindo cursos de culinária na França e no país Basco.

Desde 2003 foi sócio de bares em São Paulo (Casa Belfiore, CB Bar) até abrir em 2011 o Rothko. Mas, depois de duas viagens a San Sebastián, decidiu mudar a fórmula da casa, que reabriu com os "bocados", como ele chama os pequenos pratos.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Ambiente do restaurante Goya que fica na rua Wizard, 88, Vila Madalena
Ambiente do restaurante Goya que fica na rua Wizard, 88, Vila Madalena

Neles segue a inspiração brasileira: porco bebinho (temperado com caipirinha); costelinha de porco com molho de goiaba (fica comedido e bom!) e farofa; cupim (onde comer isso no mundo?) com salada de tomate e jiló; língua defumada com salsa verde; cremosa alheira com farofa e ovo frito.

Em meio a muito porco há opções que não desmerecem os vegetarianos (abóbora assada com creme azedo de alho e caramelo de alho negro; batata-doce assada com salsa verde; banana-da-terra com farofa); e quase nada do mar, à exceção do macio polvo com batata-doce e chorizo.

Mais para comer com as mãos, uma linda coxinha de confit de pato; e um sanduíche de porco e lula. Quanto às bebidas, o bar é esperto também, com coquetelaria clássica e experimental.

GOYA

ENDEREÇO r. Wisard, 88, Vila Madalena, sem telefone

HORÁRIO ter. a sex., 18h à 1h; sáb., 12h à 1h; dom., 12h às 17h

AMBIENTE salão despojado, com mesas amplas e astral de bar

SERVIÇO informal, sem problemas

VINHOS oferta modesta. Já os coquetéis são instigantes

PREÇOS bocados, de R$ 10 a R$ 35; salumeria e queijaria, de R$ 8,25 a R$ 24; sobremesas, de R$ 10 a R$ 12


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