Folha de S. Paulo


Café nacional não é unanimidade no mercado externo, dizem especialistas

A entrada do grupo Fal Coffee no Brasil não significa unanimidade quanto à qualidade do café nacional.

Para Byron Holcomb, o país hoje está mal posicionado no mercado externo, onde é muito difícil encontrar um café brasileiro "single", feito só com uma variedade. Normalmente, ele é usado em blends.

A barista e mestre de torra Isabela Raposeiras, do Coffee Lab, em São Paulo, concorda com o americano, mas acredita que, com sensibilidade e disposição para o garimpo, é possível encontrar pérolas.

"Tenho visto cafeicultores que vivem em condições precárias, sem saber que têm verdadeiros grand crus nas mãos", diz ela, conhecida por promover pequenos produtores.

"Como a maioria dos compradores ainda não está preparada para identificar esse perfil de café, de alto valor para uma nova classe de torrefadores internacionais, o preço que os cafeicultores conseguem normalmente é subavaliado e mal dá conta de seu próprio sustento."

Em outubro ela apresentou na Dinamarca algumas variedades cultivadas em microlotes no Espírito Santo, que chamaram a atenção de nomes influentes nesse universo. Com essa iniciativa, alguns torrefadores que estavam desistindo do café brasileiro agora chegam a pagar até quatro vezes o valor de uma saca desses grãos.


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