Folha de S. Paulo


Sushiman Jun Sakamoto abre casa mais acessível em shopping de SP

O restaurante Jun Sakamoto funciona apenas no jantar, tem cadeira para 34 pessoas e, no balcão, o sushiman que empresta o nome à casa atende só oito pessoas por noite.

Tamanha exclusividade nesse japonês –tido como um dos melhores da cidade– ajuda a salgar a conta no fim da refeição (o menu-degustação no balcão custa R$ 295) e deixa muita gente a sonhar com a comida de Jun. "Não queria elitismo, mas infelizmente é caro fazer bem-feito."

Eis que, 14 anos, 2 meses e 29 dias depois de a casa abrir as portas (nas contas do preciso Jun), em Cerqueira César, zona oeste, o sushiman inaugura a sua versão soft no shopping Iguatemi, na próxima segunda (1º). É o JunJi ("ji", em japonês, significa filho, ou júnior, ou número 2).

A qualidade da comida não vai ser muito diferente da casa-mãe: o peixeiro é o mesmo, e o sushiman e o chef de cozinha serão os atuais braços-direito de Jun na casa principal –o sushiman José Francisco está lá há 14 anos.

Mesmo assim, o ticket médio da refeição será menor, em torno de R$ 100 ou R$ 120 por cabeça, diz Jun.

"Eu não quero saber quanto custa o peixe. Quero o melhor, sempre trabalhei assim", dispara ele, que imprime no visual a mesma impecabilidade de suas peças de comida. "Mas vamos ter mais giro de clientes, almoço e jantar, e estamos abrindo mão de uma parte do lucro para ser mais acessível." Em breve, o empresário também deverá abrir a casa à tarde.

O local, onde era a Petrossian (e cujos antigos donos são agora sócios de Jun), tem capacidade para 70 clientes, mas começará atendendo até 50. O menu reúne entradas, sashimis e sushis, teishokus (pê-efes) e sobremesas.

Entre as entradas, há o ussuzukuri (peixe em fatias finas) de robalo com molho ponzu (R$ 33). Nos teishokus, o mebaru nitsuke é a garoupa ao molho de shoyu (R$ 85), servida com gohan, missoshiro e dois acompanhamentos.

Os destaques não poderiam deixar de ser os sushis e sashimis, dada a fama que os cortes (espessos, fresquíssimos) e o arroz de Jun têm na cidade. O misto de sashimi especial vem com cinco fatias de salmão, cinco de atum e 15 de outros peixes (R$ 95).

Para passar o shoyu nos sushis de forma parcimoniosa, como sugere Jun, o recipiente chegará à mesa com um pequeno pincel ao lado.

SOBRIEDADE

A mesma elegância que a casa exibe nas cerâmicas –similares às da casa-mãe (feitas por Kimi Nii, para a cozinha fria, e Shugo Izumi, para a cozinha quente)– é vista na decoração do JunJi.

A casa tem móveis de madeira escura, parede de pedra cinza e pequenas luminárias "reef" (vazadas como um coral) que Jun trouxe de sua própria casa. O bom gosto estético e o perfeccionismo explicam o fato de ele ter feito dois anos de arquitetura.

No projeto do restaurante, ele, que já projetou uma casa de 1.000 m2 em Tamboré (SP), fez questão de dar pitacos. O arquiteto, Otavio de Sanctis, é o mesmo que projetou a sua Hamburgueria Nacional, no Itaim Bibi, cuja primeira filial está prometida para 2015. O imóvel fica perto do shopping Ibirapuera e já está em reformas.

E outras filiais do JunJi? "Se der certo, podemos ter mais três em São Paulo, uma no Rio, uma em Brasília", diz Jun, que ainda arruma tempo para, voluntariamente, ajudar a cuidar da administração do hospital Santa Cruz.

JUNJI
Endereço shopping Iguatemi, av. Brigadeiro Faria Lima, 2.232, Jardim Paulistano; ainda sem tel.


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