Há poucos dias, Antonio Carlos Gomes vende cornicciones ("espécie de pizza enrolada") em uma esquina na Vila Madalena. Tem um detalhe: são assados em um forno a lenha, acomodado em uma "carroça" construída por ele mesmo –que pode carregar de lá para cá.
Para soldar e moldar o ferro e o barro do forno, levou seis meses. Antes, pesquisou a técnica com a qual trabalha: a "rocket stove".
fotografia: Isadora Brant | edição: Bia Bittencourt
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Usada por índios da América Central há muitos anos, segundo conta Gomes, a "rocket stove" propõe isolar a câmara de combustão e direcionar melhor o calor do fogo diretamente para o recipiente em que estará a comida.
Formado em gastronomia, Gomes, 49, pediu demissão de uma churrascaria há três meses para buscar rentabilidade e satisfação pessoal.
"O forno a lenha agrega sabor. É uma outra relação do cozinheiro com o equipamento e, ao mesmo tempo, um resgate de algo que não se vê mais pela cidade", diz.
De fato, a engenhoca causa estranheza e quase todos pedestres que param por curiosidade acabam comprando um corniccione (R$ 25).
| Isadora Brant/Folhapress | ||
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| Antonio Carlos e seu forno a lenha, construído com barro e ferro, que assa lanches de 700 g |
Batizado El Carroçón de Toscoña, vende quatro sabores: mozarela de búfala com tomate seco e pesto de manjericão; calabresa curada com mozarela; quatro tipos de cogumelo com mozarela; e um vegano, com pimentão, abobrinha, berinjela, brócolis, escarola e alho-poró.
Por volta das 18h, Gomes sai para vender os quitutes na rua e só volta para casa quando vende os 32 itens diários.
Sem licença para atuar na rua, Gomes tem medo da fiscalização. "Mas, se quiserem levar meu forno, vão ter que brigar com a vizinhança."
Informações sobre seu paradeiro na fanpage facebook.com/elcarrocondetoscona e pelo tel. 11/97254-9690.