Folha de S. Paulo


Michelin anuncia edição brasileira de seu guia de restaurantes para 2015

A Michelin anunciou, nesta terça-feira (27), em entrevista coletiva em São Paulo, que fará uma edição brasileira de seu guia vermelho, focado em restaurantes e hotéis.

O guia "Michelin", um dos mais prestigiados do mundo, é publicado em mais de 20 versões, em países como China, Estados Unidos, Japão, Inglaterra e Itália –além da França, onde foi criado.

A edição brasileira da publicação terá como destaques as cidades de São Paulo e Rio e deve ser publicada anualmente a partir de março de 2015. A tiragem ainda está sendo discutida.

"Estou muito orgulhoso de anunciar a descoberta de um novo continente pelo guia Michelin. Neste momento em que falamos, inspetores independentes e anônimos do guia estão pesquisando hotéis e restaurantes do Rio e de São Paulo", disse o diretor internacional dos guias "Michelin", Michael Ellis.

"A gastronomia do Brasil se tornou atraente para todo o mundo. O 'art de vivre' brasileiro e sua gastronomia são particularmente ricos", completou.

Segundo Ellis, a Michelin estuda a publicação de uma versão brasileira do guia, que sairá nas versões impressa e digital, há cerca de três anos.

O secretário de turismo de São Paulo, Wilson Poit, participou do evento

BOATOS

Em março deste ano surgiram os primeiros indícios de que a empresa pretendia ampliar as fronteiras do guia para o Brasil.

À época, a Folha apurou que inspetores do guia haviam visitado restaurantes paulistanos –uma praxe para recolher informações para a publicação.

A assessoria de imprensa da marca, sediada na França, em contato com a reportagem, no entanto, não havia confirmado a intenção.

COMO FUNCIONA O GUIA
O "Michelin" circulou pela primeira vez na França, em 1900, e pouco mudou de características desde então.

A fabricante de pneus mantém uma equipe dedicada exclusivamente aos guias. Um número não revelado de inspetores circula por restaurantes de todo o mundo –inclusive, segundo a empresa, em locais onde não existem edições da publicação, a título de descobrir novas tendências.

Essas pessoas fazem visitas anônimas às casas e, treinadas de acordo com os critérios definidos pelo guia, atribuem uma classificação, de zero, uma, duas ou três estrelas –a ideia surgiu na edição de 1926 do guia.

Os inspetores são de diversas nacionalidades, mas, segundo a empresa, apenas inspetores nativos (ou, no caso de uma nova publicação, que moram no local) definem a classificação dos restaurantes de um país.

Para o caso de atribuição de novas estrelas, ou de perda da distinção, mais de uma visita é feita; na eventualidade de uma casa ganhar a honraria máxima, até dez refeições podem ocorrer, sempre por inspetores diferentes.

Ainda de acordo com a Michelin, qualquer dono de restaurante visitado por esses profissionais pode se inteirar das avaliações feitas.

O "Michelin", que chegou a vender 900 mil exemplares na França, hoje tem tiragem média de 200 mil guias –em 2012, pela primeira vez o site da publicação teve mais acessos do que a venda de guias de papel; o aplicativo para smartphones, segundo a empresa, está entre os três mais populares naquele país.


Endereço da página: