Folha de S. Paulo


Restaurante que inventou o tiramisù fechará as portas; saiba onde comer o doce em SP

É noite em Buenos Aires e o restaurante da família Belvedere está fechado. Ainda assim, Antonio (Héctor Alterio) vai até lá visitar o filho Rafael (Ricardo Darín) com um "regalito" a tiracolo.

Adriano Vizoni/Folhapress
Tiramisú do Fasano, eleito por dois especialistas como o melhor de SP
Tiramisú do Fasano, eleito por dois especialistas como o melhor de SP

Aqui temos tiramisù, papai, diz ao olhar o presente. "Não, o que você tem aí é um doce de mendicrim [queijo cremoso] e borra de café. Intragável. Isso é mascarpone", responde o descendente de italianos, no filme argentino "O Filho da Noiva" (2001).

A receita do italianíssimo tiramisù, criado na década de 1970, permanece intacta no Alle Beccherie, restaurante onde nasceu, em Treviso, no norte da Itália.

Nela, intercala-se camadas de biscoitos ou de pão de ló embebidos em café com creme de mascarpone, gemas e açúcar. Para finalizar, cacau em pó.

Adriano Vizoni/Folhapress
Tiramisù do restaurante Attimo
Tiramisù do restaurante Attimo

Pois depois de 75 anos nessa mesma cidade, a 40 quilômetros de Veneza, a casa da família Campeol anuncia que no dia 30 deste mês servirá o doce pela última vez –abatido pela crise econômica, fechará as portas.

Passados mais de 40 anos, o tiramisù ganhou versões com vinho marsala ou rum, ganache e frutas vermelhas.

O mascarpone, no entanto, é intocável. A receita depende desse laticínio, semelhante a uma coalhada, de origem italiana, preparado com a adição de ácido cítrico ao creme de leite, que depois tem seu soro separado. O resultado é um creme macio e delicado, muito versátil, que pode aceitar diferentes combinações.

"Um bom tiramisù deve ter mascarpone, boa proporção entre creme e biscoito e deve ser fresco", diz o chef italiano Sauro Scarabotta, do restaurante Friccò (SP). "O café da receita deve ser bom e forte e é essencial por seu aspecto revigorante", completa, fazendo menção à tradução de "tirami su", em português, "levante-me".

A Folha ouviu comilões e especialistas para reunir cinco bons lugares em São Paulo para provar um "tiramisù de respeito".

*

FASANO
COMO É Os biscoitos são feitos na casa e embebidos em café expresso e vinho marsala
QUEM INDICA O crítico da Folha Josimar Melo e a colunista da Folha Alexandra Forbes
QUANTO R$ 42
ONDE r. Vitório Fasano, 88, Cerqueira César; tel. (11) 3062-4000

ATTIMO
COMO É Com pão de ló molhado em café expresso e licor Frangelico (de avelãs) e creme de mascarpone aerado
QUEM INDICA O engenheiro e gourmet Fábio Moon
QUANTO R$ 31
ONDE r. Diogo Jácome, 341, Vila Nova Conceição; tel. (11) 5054-9999

FRICCÒ
COMO É Feito com pão de ló embebido em café e vinho marsala, leva mascarpone, raspas de chocolate e um pouco de pó de café
QUEM INDICA O chef Hamilton de Mello, da Mello & Mellão Trattoria
QUANTO R$ 14
ONDE r. Cubatão, 837, Vila Mariana; tel. (11) 5084-0480

OSTERIA DEL PETTIROSSO
COMO É Tem ganache de chocolate no fundo, biscoito molhado com café e rum e mascarpone feito na casa, com creme de leite talhado
QUEM INDICA O chef italiano Sauro Scarabotta, do Friccò
QUANTO R$ 19
ONDE al. Lorena, 2155, Jardim Paulista; tel. (11) 3062-5338

CASA SANTO ANTÔNIO
COMO É O biscoito champanhe feito na casa é molhado com café e rum e coberto por um leve creme de mascarpone
QUEM INDICA O chef italiano Salvatore Loi, consultor da Forneria San Paolo (ex-Fasano)
QUANTO R$ 20
ONDE av. João Carlos da Silva Borges, 764, Granja Julieta; tel. (11) 4328-6205


Endereço da página: