Folha de S. Paulo


Grupos de restaurantes tocados por ex-executivos ganham mais espaço em São Paulo

Os donos do badalado Bar Secreto, lugar que já recebeu Madonna e Bono Vox, estão embarcando numa nova aposta. Nesta semana, eles inauguram oficialmente um espaço de cinco andares na Oscar Freire, a rua das marcas de luxo dos Jardins.

No Chez Oscar, eles montaram um restaurante, um bar em três andares e um terraço para o café da manhã.

Escala é trunfo de grupos gastronômicos
Chez Oscar abre em prédio de cinco andares

Quando os cinco sócios do grupo, quase todos ex-publicitários, se juntaram há cinco anos para abrir o Secreto, tinham R$ 100 mil para investir. Deu tão certo que o capital foi recuperado em três meses e o lucro da primeira casa bancou as demais: o Chez MIS, no Museu da Imagem e do Som, a hamburgueria Chez Burger, e os restaurantes Casa Nero e Chez Lorena.

Os dois últimos foram fechados, para concentrar as atividades na Oscar Freire. Não contam quanto investiram no projeto, nem o faturamento. No mercado, calcula-se que movimentem cerca de R$ 35 milhões por ano. "Deixamos de ser um pequeno bar em Pinheiros para ser um grupo de negócios", afirma Rafael Pelosini, sócio.

Os donos do grupo Chez estão entre os representantes mais recentes de uma safra de empresários que ganha espaço na gastronomia paulistana. Dessa categoria, fazem parte outros empreendedores que formaram pequenos conglomerados de bares e restaurantes como os grupos Egeu e Companhia Tradicional de Comércio.

"Eles entraram num segmento frequentado pelo público de renda mais alta, mas um degrau abaixo dos restaurantes de luxo", afirma o consultor gastronômico Eduardo Scott. Segundo ele, essa freguesia gasta de R$ 50 a R$ 150, em média, por pessoa, sem bebida alcoólica.

Ex-executivos que trouxeram uma visão empresarial para o mercado gastronômico, estão à frente de marcas inovadoras e bem-sucedidas como o bar Astor, a pizzaria Bráz, o restaurante Girarrosto e a rede de lanchonetes General Prime Burger.

Agora, começam a chamar a atenção de investidores. Dois grupos gastronômicos mais maduros e já consolidados, como as churrascarias Fogo de Chão e Rubaiyat, foram vendidos para fundos estrangeiros no ano passado.

O primeiro foi adquirido por US$ 400 milhões (R$ 920 milhões) pelo americano Thomas H. Lee Partners. O espanhol Mercapital comprou 70% do Rubaiyat por € 50 milhões (R$ 155 milhões).


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