Folha de S. Paulo


Jamie Oliver cria polêmica ao criticar alimentação de famílias pobres

O cozinheiro britânico Jamie Oliver, estrela da televisão no Reino Unido, criou polêmica nesta terça-feira (27) ao afirmar que as famílias com menos recursos econômicos se alimentam pior.

Em declarações para a revista britânica "Radio Times", o chef disse que "sete em dez famílias das mais pobres neste país escolhem o modo mais caro de se hidratar e de se alimentar: as comidas prontas, os alimentos industrializados".

"Não quero ser moralista, mas passei muito tempo em comunidades pobres", acrescentou o cozinheiro, que vem divulgando seu novo programa no canal britânico Channel 4, "Jamie's Money Saving Meals" (Receitas de Jamie para economizar, em tradução livre).

Ben Stansall/AFP
O chef britânico Jamie Oliver
O chef britânico Jamie Oliver

Oliver contou que, quando observa as pessoas gastando dinheiro em pratos pré-cozidos, tem vontade de apresentar a elas um "gari siciliano que com 25 mexilhões, dez tomates-cereja e um pacote de espaguete de 60 centavos de libra prepara um prato de massa alucinante".

As declarações de Oliver provocaram críticas de organizações como o Grupo de Ação contra a Pobreza Infantil (CPAG), para quem a baixa renda pode representar uma "barreira para uma alimentação saudável".

Imran Hussain, porta-voz da organização, afirmou que "de acordo com as estatísticas, pais de crianças pobres têm menos possibilidades de comprar frutas frescas para os filhos".

"E quando a renda de uma família cresce, ela começa a investir mais em alimentos saudáveis", justificou.

A responsável pelas campanhas da organização Save the Children, Helen Berresford, apontou por sua parte que "nestes tempos economicamente difíceis, muitos de nós estão procurando maneiras de economizar dinheiro e conseguir mais por menos".

"É importante que não percamos de vista a dura realidade de muitas famílias de baixa renda que estão fazendo o melhor que podem ao mesmo tempo que lutam com os altos custos dos alimentos, o aumento das contas e os gastos com o cuidado das crianças", ponderou Berresford.


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