Folha de S. Paulo


Segunda onda de restaurantes paulistanos invade a capital fluminense

Entre os 7,7 milhões de pessoas que fazem da ponte aérea Rio-São Paulo a terceira mais movimentada do mundo, decerto há muitos restaurateurs.

O Rio, que sediou a Jornada Mundial da Juventude e conta os meses para a Copa do Mundo (2014) e para a Olimpíada (2016), recebe uma nova "onda de imigração" de casas paulistanas.

Prova de que a velha rixa não passa de papo de bar.

No começo deste mês, duas casas cruzaram a via Dutra e aportaram no Rio: o bistrô Paris 6 e o japonês Naga, ambos abertos na Barra da Tijuca.
A casa de carnes Pobre Juan inaugurou entre janeiro e abril duas filiais à beira-mar: na Barra e em São Conrado.

Nos próximos meses, também devem tomar a rota Congonhas-Santos Dumont o Bagatelle, o P.J. Clarke's (ambos franquias internacionais já abertas em SP) e o Rubaiyat.
"O Rio era um passo lógico na nossa expansão", diz Gui Chueire, sócio do Bagatelle.

A intenção dessas casas, ao aproveitar os eventos que o Rio vai sediar, é repetir o sucesso da leva de inaugurações da década passada.

Casas como a pizzaria Bráz, a rede Fasano, o bufê Ráscal e a Forneria San Paolo (no Rio, São Sebastião) já se adaptaram à maresia carioca.

Se os chefs por vezes fazem mudanças no cardápio para agradar aos públicos das duas cidades, os preços (motivo de discórdia em qualquer lugar do mundo) pouco variam.
De 14 casas com filiais em São Paulo e no Rio consultadas pela Folha, 11 praticam preços iguais nas unidades.

Na balança, esses locais pesam o custo da mão de obra paulistana, 15% mais cara, dos aluguéis elevados na zona sul do Rio e de fatores como o frete de ingredientes.
"Apesar disso, não achamos correto com o cliente variar preços", diz Cristiano Melles, do Pobre Juan.

Três casas (Gero, Forneria e Garcia & Rodrigues) têm preços distintos em pratos iguais.

São variações pequenas, mas que chegam a R$ 16,60 -caso da canela de vitela do Garcia & Rodrigues: R$ 59,40 no Rio e R$ 76 em São Paulo.

"O ideal seria ter preço fixo, mas o mercado local às vezes nos força a variações", diz o gerente da rede, Marcos Sousa.


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