Folha de S. Paulo


Opinião: Estabelecimentos de rua têm sofrido impacto maior

Temos observado uma forte diminuição na frequência de clientes em lojas na rua do Grupo Ráscal. Isso acontece principalmente à noite, nas áreas afetadas por assaltos e manifestações. Nessas unidades, a redução chegou a 20%.

Mas, no geral, o público se mantém em patamares parecidos aos do ano passado.

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Segurança é, hoje, uma preocupação do setor de restaurantes. Temos tomado medidas preventivas, como reforço no sistema de monitoramento e comunicação mais ágil com as empresas de segurança.

Mesmo sem um peso tão grande, essa demanda vem se somar a um quadro de custos expansivos, que se reflete nos preços finais.

E, quando falamos sobre preços, os clientes podem se perguntar por que a conta no restaurantes aumentou acima da inflação oficial.

Nesse momento, é importante lembrar que a alta dos preços para os clientes tem sido inferior à dos custos que os restaurantes têm tido. Isso sacrifica as margens do setor.

Os preços de matéria-prima subiram muito acima da inflação, assim como os da mão de obra.

Além disso, a recente alta do dólar pressiona os preços dos produtos importados.

E, apesar de todos os esforços para otimizar os procedimentos operacionais, como redução de desperdício, investimento em equipamentos e treinamentos intensos, não conseguimos segurar o aumento de custos.

Uma forma de reduzir estes impactos seria a desoneração da folha de pagamento. O governo federal tem beneficiado diversos setores, mas os restaurantes ainda não foram contemplados.

ANGEL TESTA é sócio e diretor-superintendente do Grupo Ráscal


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