Folha de S. Paulo


"Não quero ser vista como uma pessoa insinuante", diz Nigella Lawson

"Ela só tem uma objeção: não fala sobre sexo", sentencia a assessoria antes da entrevista com apresentadora Nigella Lawson, realizada na sexta em São Paulo.

Adriano Vizoni/Folhapress
Nigella Lawson no hotel Sheraton WTC, em São Paulo
Nigella Lawson olha caixa com brigadeiros, no hotel Sheraton WTC, em São Paulo

A inglesa de 53 anos está no Brasil pela primeira vez para o lançamento do livro "Na Cozinha com Nigella".

Também conhecida como musa da "food porn" (movimento de fetichização da comida), ela não se vê como tal.

Tampouco fala diretamente sobre sexo, mas resvala no tema. "Não acho que a comida seja pornográfica, mas tenho que me responsabilizar por essa relação, afinal, em meu primeiro livro, criei o termo 'gastro porn'", conta. "Não ligo para o que pensam, mas não quero ser conhecida como uma pessoa insinuante. Não sou assim."

A seguir, leia outros trechos da entrevista à Folha.

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LOCAL E SAZONAL
Hoje em dia, não há dúvida de que o sazonal é melhor. É mais fácil aqui [no Brasil], onde ingredientes locais são adoráveis. Venho de um país que, no inverno, se me restrinjo ao sazonal, comerei apenas "parsnip" (chirívia; raiz parente da cenoura), batata e repolho.
Sou uma pessoa preguiçosa e cozinho com o que gosto. Se você mora no Reino Unido, consegue bons produtos italianos. São duas horas de avião, não é tão ruim assim.

CALDO INDUSTRIALIZADO
Se faço uma sopa de galinha, não uso um caldo industrializado, é claro. Mas coloco em outras receitas. Uso muita coisa que pode chocar as pessoas. Não sinto orgulho disso, mas não se deve mentir. Muitos chefs usam, mas não em frente às câmeras.

DIETA
[Em 2011, Nigella surgiu menos corpulenta e a mídia atribuiu o visual a uma dieta à base de "itokonnyaku", um "noodle" constituído de 97% de água e 3% de fibras solúveis, com poucas calorias.]
Não, eu não fiz uma dieta baseada em "itokonnyaku". Eu o descobri na Austrália. Adoro, pois é muito fácil de preparar, mas não fiz um regime comendo somente isso.

INGLATERRA PARA COMER
Não é engraçado? Quando eu era mais nova, a Inglaterra era conhecida por ter uma comida ruim. Na verdade, nunca foi tão ruim assim.
O que acontece é que não tínhamos a cultura de restaurantes, mas temos bons produtos. Nossa carne é muito boa, nosso salmão também.

PREDILETOS EM LONDRES
Gosto muito do italiano River Café (rivercafe.co.uk), em Hammersmith. Também vou ao Scott (scotts-restaurant.com), onde posso sentar fora, pois meu marido fuma. Lá, servem um peixe à moda antiga. E o The Wolseley (thewolseley.com), bom para um café da manhã inglês.

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TESTE DO DOCE

A reportagem levou uma caixa de brigadeiros à entrevista para que a apresentadora "avaliasse" o doce. "Fantástico", disse. Ela garantiu que conhecia a guloseima, da qual disse gostar. Pôs a caixa no chão e tirou fotos com o celular. Mas não comeu. "Acabei de almoçar."

NA COZINHA COM NIGELLA

LIVRO
EDITORA Best Seller
AUTORA Nigella Lawson
TRADUÇÃO Joana Faro
PREÇO R$ 99,90 (512 págs.)

PROGRAMA DE TV
QUANDO domingos, às 12h, com reprise às sextas, às 17h30
ONDE GNT
CLASSIFICAÇÃO não informada

RAIO-X NIGELLA LAWSON, 53

LIVROS Publicou dez títulos no Reino Unido. No Brasil, quatro. Vendeu mais de oito milhões de
cópias em 20 idiomas
TELEVISÃO Já estrelou nove programas, com exibição em 70 países
CARREIRA Foi editora de livros do jornal britânico "The Sunday Times" e crítica de restaurantes


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