Folha de S. Paulo


Eleições non-stop

SÃO PAULO - Nem bem os partidários de Dilma Rousseff e Aécio Neves mandaram a última provocação em seus grupos de WhatsApp, mal recolheram os últimos cartazes das passeatas na avenida Paulista, o bloco da sucessão municipal paulistana de 2016 (!) já está na rua.

A saída de Marta Suplicy do Ministério da Cultura –e, quem sabe, do PT– é apenas o fato mais visível de uma disputa que promete níveis iguais ou maiores de estridência.

A ex-prefeita sabe que tem mínimas chances de arrancar uma prévia entre ela e Fernando Haddad no partido. Nas vezes em que cedeu ao exotismo de submeter um mandatário ao escrutínio interno, o PT colheu derrotas –para o governo do Rio Grande do Sul, em 2002, e a Prefeitura do Recife, em 2012.

Assim, o mais provável é que Marta deixe a sigla. Ela calcula ter espaço no PMDB, mas Lula e Dilma vão pressionar o vice-presidente da República, Michel Temer, a não patrocinar esse revés para Haddad.

Outro destino seria o PR, partido que na capital é controlado por vereadores e por Antonio Carlos Rodrigues, suplente da petista no Senado.

Além do prefeito e da senadora, já está no grid de largada o campeão de votos na eleição para a Câmara, Celso Russomanno (PRB), que deu um calor em Haddad e José Serra e quase foi para o segundo turno em 2012.

Paulo Skaf deve buscar abrigo no PSD de Gilberto Kassab se o PMDB lhe negar uma nova candidatura.

Restará definir o candidato do PSDB. Apesar da larga vitória de Geraldo Alckmin e Aécio Neves na capital, não há um nome que desponte como favorito no ninho tucano.

Com pretensões nacionais em 2018, dificilmente o governador vai apostar tudo num novato que pode perder. Se ninguém despontar, deve manter distância regulamentar.

O afã dos políticos e a precipitação dos fatos não deram folga ao eleitor, que viveu em 2014 um inédito engajamento eleitoral. Resta saber quem aguenta dois anos de campanha.


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