Folha de S. Paulo


Mudanças no setor de açúcar trazem emoções ao mercado, afirma banco

Paulo Whitaker - 8.set.2005/Reuters
ORG XMIT: 111501_1.tif A truck is loaded with organic sugarcane at Sao Fransisco sugar mill in Sertaozinho, about 344km (215 miles) southeast of Sao Paulo, Brazil September 8, 2005. New legislation in Sao Paulo State, Brazil's largest producer of sugar cane, requires farmers to begin phasing out manual methods in favor of mechanized harvesting to eliminate the need for large-scale burning and its negative environmental impact. Brazil is the world's largest producer and exporter of sugar and ethanol.
Caminhão é carregado com cana em Sertãozinho (SP)

A safra mundial de açúcar de 2017/18 vai trazer muita emoção ao mercado. Várias cosias afetaram o setor nas últimas semanas, e ainda estão sendo analisados os efeitos delas.

Entre elas, estão furação em países produtores na América Central e do Caribe, liberação de importações pela Índia a taxas menores e safras maiores em várias regiões. Além disso, houve alteração nas taxas de tributos nos combustíveis no Brasil.

As informações são do Rabobank, instituição financeira dedicada ao setor de agronegócio. O banco prevê um superavit de 4,5 milhões de toneladas entre produção e consumo mundiais.

O Brasil, líder mundial na produção de cana-de-açúcar e de açúcar, impôs novas taxas nos combustíveis, melhorando a paridade do etanol em relação à gasolina.

O governo brasileiro impôs por dois anos uma taxa de 20% a todo etanol importado que superar 600 milhões de litros por ano.

A União Europeia deverá produzir mais —podendo atingir 20,5 milhões de toneladas de açúcar em 2017/18. Com isso, pelo terceiro ano seguido, reduzirá as importações e poderá exportar mais.

A moagem de cana na Austrália deverá ficar 7% abaixo da de 2016/17, mas a produtividade da cana deverá ser melhor.

A China, tradicional importadora, também terá uma safra melhor, podendo atingir 11,5 milhões de toneladas, acima dos 10,5 milhões de 2016/17, segundo o banco.

Nos Estados Unidos, os efeitos dos dois furacões que afetaram a região produtora de cana ainda estão sendo analisados. O mesmo ocorre nos países caribenhos.

A conjugação desses efeitos vai refletir sobre os preços de mercado. Nesta terça-feira (3), o primeiro contrato esteve em 14,04 centavos de dólar por libra-peso em Nova York.

*

À espera - A Embrapa e o Ministério de Agricultura elaboraram uma lista com 20 pragas agrícolas que rondam o país. Se chegarem, poderão atacar culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e várias frutas.

Lista longa - Atualmente já são 500 pragas quarentenárias —entre fungos, insetos, bactérias, vírus, nematoides e plantas daninhas— que estão ausentes do país, segundo a Embrapa. A ameaça é constante.

Mandioca - O clima quente e seco de setembro prejudicou a produção de mandioca. Com isso, a menor oferta da raiz fez o preço da tonelada subir para R$ 599 na semana terminada em 29 do mês passado. É o maior valor da série de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Oferta - A seca fez com que a quantidade de matéria-prima processada recuasse 30% na última semana do mês passado, em relação ao período anterior. A ociosidade média da indústria esteve em 77% da capacidade instalada.


Endereço da página: