Folha de S. Paulo


Após Operação Carne Fraca, abate de boi cai 3,1%, mostra IBGE

Edson Silva - 19.out.2010/Folhapress
Bois em curral de frigorífico no interior de SP; barreira sanitária é desafio para produtor
Bois em curral de frigorífico no interior de SP

O abate de bovinos foi de 7,42 milhões de cabeças no segundo trimestre deste ano, uma queda de 3,1% em relação a igual período do ano passado.

Em relação ao trimestre imediatamente anterior, os abates ficaram estáveis, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Boa parte dessa queda foi provocada pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, ocorrida na segunda quinzena de março deste ano.

Com a operação, vários países impuseram barreiras à carne brasileira. Em alguns casos, os importadores apenas pediram explicações sobre a operação, e mantiveram as compras.

Em outros, porém, houve uma interrupção das importações do produto brasileiro.

Com um mercado externo encolhido, os frigoríficos diminuíram as compras de gado, derrubando os preços pagos aos pecuaristas.

O preço do animal foi afetado também pela necessidade de o produtor vender uma quantidade maior de gado, devido à degradação das pastagens no período, provocada pelo clima seco.

Dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicam que o valor médio da arroba de boi recuou para R$ 134 no segundo trimestre, queda de 14,4% em relação a igual período do ano passado.

Segundo o Cepea, os preços da arroba variaram de R$ 126 a R$ 139 no período.

SUÍNOS

A suinocultura, menos afetada pela crise do que os setores de carne bovina e de frango, atingiu recorde de abates no segundo trimestre deste ano. Foram abatidos 10,6 milhões de animais.

O desempenho do setor foi auxiliado pelas exportações e pelos bons preços internacionais. A região Sul fez 67% dos abates de suínos no período.

A avicultura teve o maior recuo entre as proteínas. No segundo trimestre deste ano, os frigoríficos abateram 1,43 bilhão de aves, uma queda de 4,5% em relação ao volume de abril a junho de 2016.

O total de couro comercializado no trimestre recuou 4,8% em relação a igual período do ano passado. Como sempre ocorre, o número de couros supera o de cabeças de animais abatidos, o que mostra negociações com matéria-prima procedente do mercado informal.


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