Folha de S. Paulo


União Europeia tem estoque menor de grãos

Julian Stratenschulte - 12.mai.16/AFP
TOPSHOT - Aerial view taken on May 12, 2016 shows cars driving on the winding L401 country road past rapeseed fields near Nienstedt close to Bad Muender am Deister, central Germany. / AFP PHOTO / dpa / Julian Stratenschulte / Germany OUT ORG XMIT: jst120
Vista de plantação de colza na Alemanha

A União Europeia entra na safra 2017/18, que vai de julho deste ano a junho do próximo, em condições piores de produção e de abastecimento de grãos do que nos anos anteriores.

Importante no cenário mundial de produção e de consumo de grãos, a União Europeia poderá dar sustentação aos preços desses produtos, cujos valores estão em patamares inferiores aos de um ano atrás

Estimativas da comissão agrícola da União Europeia apontam que os 28 países componentes do bloco iniciam a safra com estoques de 39,1 milhões de toneladas, o menor patamar em três anos.

Produção menor e consumo maior indicam que, no fim da safra, em junho do ano que vem, os estoques serão de 36,6 milhões de toneladas, os menores em cinco anos.

A média dos estoques em finais de safra nos anos anteriores era de 45 milhões de toneladas

O bloco vai consumir 296 milhões de toneladas de grãos nesta safra, mas, para ter segurança na oferta, deverá elevar as importações.

Pelo menos 58% desse volume será destinado à alimentação de animais.

O volume das compras externas sobe para 21,1 milhões de toneladas, após ter ficado em 18,8 milhões na safra 2016/17.

O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima que a produção mundial de grãos caia para 2,5 bilhões de toneladas na safra 2017/18, 4% menos do que na anterior.

A produção mundial de trigo, um dos principais cereais para o consumo humano, recua para 738 milhões de toneladas, após ter atingido 754 milhões em 2016/17.

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Venda de máquinas agrícolas dobra na Argentina e favorece Brasil

A Argentina, assim como o Brasil, vem registrando recordes de produção de grãos nos últimos anos. Os dados referentes a 2016/17 indicam volume próximo de 130 milhões de toneladas.

O aumento de safra no país vizinho tem garantido a produção de máquinas agrícolas não só na Argentina como também no Brasil.

De janeiro a julho, as indústrias de máquinas colocaram 802 colheitadeiras de grãos nas revendedoras argentinas. Esse número supera em 95% o de igual período do ano passado.

Nesse mesmo período, a venda de tratores subiu para 4.342 unidades, 69% mais do que a dos meses de janeiro a julho de 2016.

No mês passado, as vendas de colheitadeiras tiveram aumento de 100% na Argentina, em relação a julho de 2016. No mesmo período, a comercialização de tratores aumentou 38%.

Os produtores do país vizinho deverão produzir o recorde de 18,4 milhões de toneladas de trigo, 47 milhões de toneladas de milho e 57 milhões de soja.

Com melhora na produtividade e utilização de mais tecnologia, os argentinos já fazem contas para a produção de pelo menos 150 milhões de toneladas de grãos nos próximos anos.

A indústria brasileira de máquinas, que elevou a produção neste ano, beneficia-se do bom momento argentino. Mas não é só isso. Há uma evolução de produção agrícola também no Uruguai e no Paraguai.

Até Cuba tem impulsionado o setor industrial de máquinas agrícolas do Brasil com a compra de colhedoras de cana.

A produção brasileira de máquinas agrícolas aumentou 41% no primeiro semestre deste ano, em relação a 2016. Nesse mesmo período, as exportações aumentaram 29%.

O maior destaque fica para as vendas externas de colheitadeiras, cuja evolução foi de 106%.


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