A exportação brasileira de suco concentrado (FCOJ). Após ter atingido 1,13 milhão de toneladas em 2001, caiu para 655 mil na safra 2016/17.
O cenário muda quando se trata de suco não concentrado (NFC). Nesse caso, as luzes continuam verdes. Iniciadas na safra 2001/02, com apenas 24 mil toneladas, as exportações brasileiras de não concentrado somaram 1,21 milhão de toneladas na safra de 2016/17.
As exportações de suco concentrado ainda lideram —em volume equivalente—, mas o consumidor vai fazendo a escolha pelo não concentrado. E esse tipo de suco pode ser o caminho para a indústria brasileira e para o produtor de laranja.
"O consumidor faz a sua escolha, e as indústrias se preparam para atendê-lo", diz Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos).
O suco concentrado, após a passagem por caldeiras, perde a água. O importador o devolve ao estágio inicial com adição de água.
Já o suco não concentrado é apenas pasteurizado. Nesse caso, as indústrias operam com volumes maiores, o que exige investimentos novos em armazenagem e navios maiores para o transporte.
"As indústrias estão se preparando para isso. O ritmo dessa evolução vai depender do apetite do consumidor", afirma Netto.
A produção do suco não concentrado exige mais cuidado. O decorrer do clima durante a safra e as variedades de laranja determinam a qualidade do produto.
As duas últimas safras, por exemplo, foram desafiadoras para a produção, de acordo com o executivo da CitrusBr.
A produção do suco não concentrado passa a ser quase uma outra atividade dentro da cadeia cítrica.
Os cuidados devem começar no pomar, com variedades de fruta que auxiliem na qualidade do suco.
O bom para o setor é que o consumo cresce nos mercados de maior demanda. Na safra que terminou em junho, as exportações de suco não concentrado foram recordes para a União Europeia, somando 848 mil toneladas. E os preços na gôndola superam os do suco concentrado.
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Mobilização - Os fiscais federais agropecuários paralisaram as atividades nesta segunda-feira (17). O Anffa, sindicato do setor, recomendou que eles não acessassem os sistemas do Ministério da Agricultura. O objetivo era não inspecionar cargas que seriam exportadas e não executar trabalhos nos frigoríficos.
Vagas - O setor reivindica a realização de concurso público para o preenchimento de 1.600 vagas. Além disso, critica a contratação temporária de médicos-veterinários e a escala nos postos de vigilância agropecuária em portos, aeroportos e nas fronteiras. A escala será de, no máximo, 12 horas de trabalho por 36 horas de folga. Antes, era de 36 por 72 horas.
Adesão - Apesar de o sindicato ter informado que a adesão dos fiscais foi grande, principalmente no Rio Grande do Sul e no Paraná, as empresas exportadoras afirmaram que sentiram pouco impacto. O Ministério da Agricultura não se manifestou sobre o movimento dos fiscais.
Voltam - Se não forem atendidos, os fiscais agropecuários prometem nova ação com 48 horas de duração na próxima semana.
Carnes - As exportações de carne de frango "in natura" deverão atingir 368 mil toneladas ao mês, 7% mais do que em junho, de acordo com dados provisórios da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).