Folha de S. Paulo


Supersafra eleva estoque interno de grãos e segura preços

Moacyr Lopes Junior - 18.mar.03/Folhapress
Dinheiro - Funcionário de empresa de exportação no maior silo de armazenagem de soja no porto de Santos. A previsão é que esse ano o Brasil tenha a maior exportação. Produtores tentam mudar a rota da soja do centro-oeste que vem para o sudeste para o norte onde seria exportada pela Amazonia evitando maiores distancias e pedágios paulistas. (Foto: Moacyr Lopes Junior-Folha Imagem - 0649 - 18.03.2003 -São Paulo).
Silo de armazenagem de soja no porto de Santos

A supersafra brasileira deste ano está permitindo uma recomposição dos estoques internos de grãos. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou os dados nesta semana.

Após terem caído para os menores volumes dos últimos anos em 2016, os estoques voltam a patamares normais.

Com isso, os alimentos básicos, que já vêm inibindo uma alta da inflação, devem segurar ainda mais a taxa nos próximos meses.

A evolução dos estoques neste ano se deve à supersafra de grãos, que deverá ficar próxima de 240 milhões de toneladas, 30% mais do que no ano anterior.

A redução dos estoques foi geral em 2016, afetando não só os produtos básicos para os consumidores, entre eles arroz e feijão, como também os insumos para a produção de ração.

O arroz termina a safra 2016/17 com um volume superior a 1,3 milhão de toneladas em estoques, o maior volume em cinco anos.

O feijão, leguminosa que teve forte aceleração de preços no ano passado, devido à falta de produto, deverá terminar o ano com estoques mais confortáveis: 24% superiores aos de 2016.

Os componentes básicos para a produção de ração também estão garantidos. No ano passado, a queda de produção e os compromissos de exportação reduziram em muito a oferta desses produtos no mercado interno, principalmente a de milho.

Neste ano, os estoques finais de milho deverão ser de 20 milhões de toneladas, segundo a Conab. A média dos cinco anos anteriores foi de 8 milhões.

Os estoques de trigo ficam nos mesmos patamares, terminando o ano-safra em 2,5 milhões de toneladas.

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Café - As exportações brasileiras fecharam a safra 2016/17 (julho a junho) em 33 milhões de sacas, 7% menos do que na anterior. Já as receitas subiram para US$ 5,6 bilhões no período, 5% mais. Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

O estrago da seca - A produção nacional de café robusta foi muito afetada nos dois últimos anos pela seca, o que prejudicou as exportações. Os números das vendas externas desse produto indicam esse estrago. No primeiro semestre de 2015, o Brasil havia exportado 2,3 milhões de sacas, volume que caiu para 421 mil em 2016 e para apenas 118 mil no mesmo período deste ano.


Nos EUA - Os estoques de soja caíram para 12,5 milhões de toneladas, principal país produtor mundial da oleaginosa. A queda ocorre devido ao aumento de exportações americanas.

Em alta - Já os estoques mundiais da oleaginosa subiram para 93,5 milhões de toneladas, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

As maiores do leite - A Nestlé manteve a liderança mundial entre as empresas ligadas ao setor de leite. A francesa Danone, classificada como terceira em 2016, assumiu a segunda posição neste ano. A também francesa Lactalis cai para a terceira posição.

De onde são - Os dados são de um relatório do Rabobank, que aponta as 20 principais empresas do setor. Nessa lista, a França e Estados Unidos entram com quatro empresas cada uma.

Mais lenta - A colheita de cana-de-açúcar deste ano está em ritmo mais lento do que em 2016. Até o fim de junho, foram moídos 200 milhões de toneladas, 8% menos do que em igual período do ano passado.

Menos álcool - A produção de etanol hidratado tem recuo de 20% no ano, enquanto a de anidro caiu 6%. Já a produção de açúcar se mantém estável, em 11 milhões de toneladas, segundo dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).


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