Folha de S. Paulo


Principais exportadores avançam no mercado de carne bovina

Apu Gomes - 26.nov.2012/Folhapress
CARMOLÂNDIA, TO, BRASIL, 26-11-2012: Gado Nelore, em pasto da Fazenda Vale do Boi, com árvores de Babaçu, para fazer sombra para o gado, em Carmolândia (TO). A fazenda trabalha com melhoramento genético de zebuinos, e gado para corte, numa das novas fronteiras agrícolas do país, na região conhecida como Mapito, divisa dos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins. (Foto: Apu Gomes/Folhapress)
Gado em fazenda em Carmolândia (TO); receita com exportação caiu para US$ 5,5 bi em 2016

Feito o balanço das exportações de carne bovina em 2016, Brasil, Argentina e Estados Unidos aumentaram o volume exportado.

Os americanos, devido a uma melhora no rebanho e na oferta interna de carnes exportaram 1,2 milhão de toneladas, um volume 11% superior ao de 2015.

O rebanho norte-americano superava 100 milhões de cabeças, recuou para menos de 90 milhões e, agora, começa a se recuperar.

Clima adverso e custos elevados nos últimos anos tinham provocado essa queda.

O México, principal mercado para a carne norte-americana em 2015, perdeu o posto para o Japão no ano passado. Os japoneses compraram 259 mil toneladas dos Estados Unidos, ficando com um quinto da venda externa dos norte-americanos.

Os argentinos, embora muito distantes dos tempos áureos, quando o país dominava os principais mercados mundiais, também avançaram em 2016. O IPCVA (um instituto de promoção da carne argentina) aponta exportações de 265 mil toneladas de carne bovina no ano passado, ante 240 mil em 2015.

A Argentina, assim como os Estados Unidos, sofre os efeitos da redução do rebanho. Elevação de custos no pasto, seca e amarras colocadas pelo governo anterior na comercialização da carne no varejo tiraram a competitividade do país.

Agora, a Argentina ensaia uma presença maior no mercado externo, colocando, inclusive, os Estados Unidos na mira das exportações.

As receitas totais do ano passado cresceram para US$ 1,3 bilhão acima do US$ 1,1 bilhão de 2015. O principal mercado para a proteína argentina foi a Alemanha, que pagou US$ 12.884 por tonelada. Na média, os argentinos venderam a carne bovina por US$ 4.810.

O Brasil, ao comprar 53 mil toneladas de carne bovina argentina, também foi um bom mercado para o país vizinho, principalmente porque o preço médio foi de US$ 6.971 por tonelada.

O Brasil, líder mundial nesse mercado de carne bovina, manteve expansão no ano passado, com crescimento de 1% no volume exportado. Segundo a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), o país colocou 1,4 milhão de toneladas no mercado externo, mas a receita caiu 7% no período, para US$ 5,5 bilhões.

As perspectivas para a carne bovina são boas, principalmente para o Brasil, que está à frente desse setor.

A China, que aumentou as importações em todos os principais países produtores em 2016, deve continuar com demanda firme. A Ásia é um mercado crescente para o Brasil, que também consolidou o do Oriente Médio.

Além disso, a abertura do mercado dos Estados Unidos para a carne brasileira "in natura", embora o volume das exportações seja pequeno, deve consolidar a entrada da carne brasileira em outros mercados importantes e que remuneram bem.

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