Folha de S. Paulo


Brasileiros querem exportar arroz para mexicanos

Paulo Whitaker - 28.fev.08/Reuters
ORG XMIT: 265301_1.tif A farmer harvests rice in Sorriso, Mato Grosso state in western Brazil, February 28, 2008. Industrial companies are being attracted to the western of Brazil by the abundant supply of grains and oilseeds and will be complementary on their activities in the region. REUTERS/Paulo Whitaker (BRAZIL)
Colheita de arroz em Sorriso, Mato Grosso

As condições climáticas favoráveis devem garantir uma boa safra de arroz no Sul. Uma das saídas para o setor, devido ao aumento de volume produzido, é o mercado externo.

O país vem se firmando como exportador nos últimos anos, principalmente em períodos de safras maiores.

Neste ano, no entanto, os olhos dos exportadores estão voltados para outro bom importador: o México.

Tradicionalmente os mexicanos compram arroz dos americanos, mas as atuais desavenças entre os governos do México e dos Estados Unidos poderão deixar as portas mais abertas para o produto brasileiro, segundo Vlamir Brandalizze, da Consulting Brandalizze, de Curitiba.

Boa parte das lavouras gaúchas está na fase de enchimento dos grãos e de maturação. Com isso, a safra se encaminha para a reta final, e o resultado deverá ser um bom volume colhido, segundo o analista.

As exportações, principalmente de arroz beneficiado, elevariam a demanda pelo cereal, sustentado os preços nesse período de safra, que terá ritmo maior na semana que vem.

A produção gaúcha de arroz deverá ser de 8,4 milhões de toneladas neste ano. A área de produção é de 1,1 milhão de hectares.

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Volume exportado pelos EUA cresce, mas saldo fica estável

Os Estados Unidos voltaram a ter um saldo agropecuário baixo no ano passado. Os números do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicaram que as exportações superaram em US$ 20,3 bilhões as importações, mesmo valor de 2015.

Essa estabilidade do saldo vem dos preços menos favoráveis das commodities no ano passado, uma vez que os volume exportados de soja, de milho e de trigo pelos americanos subiram.

Em 2016, o México foi o terceiro maior importador de soja dos americanos, ao comprar 3,6 milhões de toneladas.

A importância do México para o comercio dos Estados Unidos fica evidente também nas importações de trigo e de milho. Os mexicanos foram o principal destino dos dois cereais exportados pelos americanos.

O Brasil, ausente no comércio de soja e de milho dos Estados Unidos, está em quarto lugar na lista dos maiores compradores de trigo do país.



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Syngenta - As vendas mundiais da empresa somaram US$ 12,8 bilhões no ano passado, 2% menos do que em 2015. Os preços dos produtos subiram 2%, mas o volume vendido caiu 4%. O lucro líquido da empresa foi de US$ 1,2 bilhão em 2016, queda de 12% em relação ao ano anterior.


Efeito Argentina - A mudança de governo na Argentina deu um empurrão significante nos negócios da Syngenta naquele país. Já no Brasil os negócios foram afetados pelo clima, que teve influências variadas, dependendo da região.


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