Folha de S. Paulo


Crise econômica reduz abate de bovinos ao menor nível em cinco anos

Márcio Mingardo/Divulgação Assocon
Gado confinado em fazenda no Estado de Goiás
Gado confinado em fazenda no Estado de Goiás

O abate de bovinos no terceiro trimestre foi o menor em cinco anos para esse período do ano.

Foram abatidos 7,32 milhões de animais e produzido 1,83 milhão toneladas de carcaça.

Recessão econômica, queda de renda e competitividades das demais carnes, mais baratas do que a bovina, foram responsáveis por essa redução nos abates.

Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta quinta-feira (15).

Os líderes nacionais em abates são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Nos três primeiros trimestres do ano, o país abateu 22,3 milhões de animais, 3% menos do que em igual período do ano passado, segundo o IBGE.

Ao contrário do que ocorreu com os bovinos, o abate de suínos é recorde, somando 10,6 milhões de animais no terceiro trimestre deste ano.

No ano, foram abatidos 31,1 milhões de animais, com alta de 7% ante igual período anterior.

Os líderes nacionais em abates de suínos são Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

A produção de carne suína teve bom desempenho porque o mercado externo foi bastante receptivo ao produto brasileiro. As exportações de carne "in natura" de janeiro a setembro superam em 22% as de igual período de 2015.

O setor de frango, com abates de 1,47 bilhão de aves no terceiro trimestre, também perdeu ritmo em relação ao período de julho a setembro de 2015. A queda foi de 2%.

Já no acumulado do ano, quando os produtores enviaram 4,45 bilhões de aves para os abatedouros, a evolução foi de 4% em relação a igual período do ano passado.

O setor de proteínas foi afetado neste ano pela forte elevação dos preços da matéria-prima básica para a alimentação dos animais.

Parte da queda de produção ocorreu não só pela demanda menor mas também pela perda de fôlego das indústrias de menor porte devido à dificuldade na compra e à alta do milho.

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Campo x cidade O recolhimento de embalagens vazias de produtos agroquímicos utilizados no campo para a produção de grãos, frutas e outros produtos supera os 90% do volume vendido.

Campo x cidade 2 Já o recolhimento de garrafas de plástico vazias utilizadas pelos consumidores nas cidades fica próximo de 60%.

Falta logística A cidade ainda não conseguiu, como no campo, desenvolver uma estrutura de recolhimento. Além disso, falta também hábito ao consumidor urbano para guardar essas embalagens para a reciclagem.

Pressão menor Milho, leite, feijão e batata têm preços menores no atacado nos últimos 30 dias e derrubam a inflação dos agrícolas, conforme o IGP-10 da FGV.

Queda intensa Após terem recuado 1% em novembro, os preços médios praticados no atacado dos produtos agropecuários diminuíram 1,5% neste mês, conforme o IGP-10.


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