Folha de S. Paulo


Por ora, tudo bem com a safra de arroz

Cláudio Vaz/Agência RBS/Folhapress
DONA FRANSCICA, RS, BRASIL, 17-03-2010: máquina faz colheita de arroz, na cidade de Dona Francisca (RS). (Foto: Cláudio Vaz/Agência RBS/Folhapress) ***PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTOS COM HONORÁRIOS E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS***
Máquina faz colheita de arroz na cidade de Dona Francisca (RS)

A safra promete ser boa, e o plantio, feito em boas condições, está terminado. Não há falta de água para as lavouras, o que eleva as expectativas dos produtores de uma melhor produtividade.

Este é o cenário da cultura do arroz no Sul. Há, no entanto, uma preocupação. A baixa temperatura nas manhãs e nas noites inibe o crescimento regular das plantas.

Esse clima mais ameno não deve provocar quebra na quantidade e na qualidade do arroz, mas retardar o ciclo de produção.

A avaliação é de Vlamir Brandalizze, analista da Brandalizze Consulting, de Curitiba.

Segundo ele, a área semeada no Rio Grande do Sul atingiu 1,08 milhão de hectares, enquanto a de Santa Catarina fica em 145 mil.

Os bons preços do arroz neste ano incentivaram os produtores a ampliar a área em outras regiões do país, elevando a produção total.

Brandalizze diz que a safra brasileira 2016/17 deverá atingir de 11,5 milhões a 11,7 milhões de toneladas, pelo menos 1 milhão mais do que a deste ano.

Parte dessa produção virá de Mato Grosso, cuja safra deverá atingir 700 mil toneladas, e do Tocantins. Nesse Estado, o plantio se desenvolve bem e a produção ficará próxima de 600 mil toneladas.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê uma produção total para o país de 11,8 milhões de toneladas na safra 2016/17, para um consumo de 11,5 milhões.

O país exporta 1,1 milhão de toneladas e importa o mesmo volume, segundo o órgão público.

A recuperação da safra trará um pouco de alívio aos consumidores, uma vez que os estoques finais do cereal sobem para um patamar mais confortável de 605 mil toneladas no final da safra 2016/17. Esse volume é o dobro do da safra anterior.

*

Celulose Perto dos quatro anos de atividade, a Eldorado Brasil deverá atingir, nesta sexta (9), a produção de 6 milhões de toneladas de celulose.

Capacidade Carlos Monteiro, diretor industrial, diz que a eficiência da empresa permite uma produção anual em ritmo de 1,7 milhão de toneladas, comparado a uma capacidade inicial de 1,5 milhão.

Cana A moagem de cana-de-açúcar deverá ficar em 602 milhões de toneladas no centro-sul na safra 2016/17. A produção de açúcar sobe 3,6%, para 34,8 milhões de toneladas, enquanto a de etanol recua 2,8%, para 25,4 bilhões de litros.

*Hidratado( Os dados são de Julio Borges, da JOB Economia e Planejamento. Em nova avaliação da safra, ele estima estabilidade na produção de etanol anidro, em relação à safra anterior, mas queda de 16% na de álcool hidratado.

Sem pressão Os produtos agropecuários seguraram a inflação de novembro. Os bens de origem agropecuária caíram 1,9% no atacado, acumulando 12,9% em 12 meses.

As quedas Os dados são do IGP-DI da FGV, que aponta queda nos preços do leite, do feijão e da soja. O milho, com a entrada de produto da safrinha, parou de subir. Já café, açúcar e cana-de-açúcar subiram no mês passado.

Ritmo novo O preço da soja acima de US$ 10 por bushel (27,2 quilos) em Chicago e o dólar superando R$ 3,40 deram novo fôlego para as vendas da oleaginosa da safra 2016/17.

Compromisso Pelo menos 34% da soja que será produzida a partir do início do próximo ano já foi comercializada, segundo estimativas da AgRural.


Endereço da página: