Folha de S. Paulo


Estoque menor de suco de laranja acelera vendas externas do Brasil

Edson Silva - 29.jul.2012/Folhapress
ARARAQUARA, SP, BRASIL, 29-07-2012: Operáiros na linha de produção da indústria de suco de laranja Cutrale, em Araraquara (SP). (Foto: Edson Silva/Folhapress) ORG XMIT: AGEN1307291730545330
Operários na linha de produção da indústria de suco de laranja Cutrale, em Araraquara (SP)

O cenário para o setor de suco de laranja a longo prazo não é confortável, devido às perspectivas de um enxugamento do consumo.

A evolução das vendas neste ano, porém, é boa. As exportações deste mês poderão superar 200 mil toneladas, 33% mais do que em outubro.

A indústria brasileira está transferindo produto para outros países para recompor seus estoques, que estão baixos no mercado externo.

Além da evolução das vendas em volume, as receitas também crescem. O valor médio das exportações é de US$ 863 por tonelada, 11% mais do que no mês passado, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Os preços internacionais aumentam devido à queda de produção no Brasil e nos EUA, maiores produtores globais. Com isso, há uma queda nos estoques mundiais.

A União Europeia é um dos mercados que puxam as vendas brasileiras, segundo a CitrusBr (associação do setor).

Até outubro, a UE comprou 610 mil toneladas de suco do Brasil, 9% mais do que em igual período de 2015.

Já os Estados Unidos reduziram em 2% as compras, para 170 mil toneladas. Mesmo comportamento teve o Japão, outro país importante para o mercado brasileiro.

Os japoneses reduziram as compras de suco brasileiro em 11%. O volume caiu para 41 mil toneladas.

A China, outro mercado crescente neste ano, aumentou as compras em 9%. Os chineses receberam 27 mil toneladas de suco brasileiro de janeiro a outubro.

A exportação de suco deste ano cresce em um bom ritmo, mas é menor que a de uma década atrás, quando girava em torno de 1,4 milhão de toneladas por ano.

RITMO MELHOR - Exportações anuais de suco de laranja, em mil toneladas

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Exportação de milho desacelera

As exportações de milho podem ser inferiores a 600 mil toneladas neste mês. A previsão é feita com base no comportamento das vendas externas das duas primeiras semanas de novembro.

Se confirmado, esse volume fica bem abaixo do 1,1 milhão de toneladas de outubro.

Até o mês passado, o país vinha exportando mais milho do que em 2015. Esse cenário muda a partir deste mês, uma vez que as vendas externas de novembro do ano passado atingiram 4,7 milhões de toneladas.

No acumulada deste ano, as exportações do cereal somam 19,9 milhões de toneladas, 2 milhões a mais do que em igual período do ano passado.

A soma total das vendas externas deve ficar, no entanto, bem abaixo dos 28,9 milhões de toneladas do ano passado. Preço e demanda internos seguram o milho no país.

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No paiol A safra recorde de soja e de milho chega à reta final nos Estados Unidos. Os dados desta segunda-feira (14) do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontaram que 97% da área de soja já está colhida. Em dois Estados, as máquinas já deixaram o campo.

No paiol 2 A colheita de milho também está bastante avançada, atingindo 93%, segundo os dados desta segunda. Esse percentual fica um pouco acima da média de 92% dos últimos cinco anos para esse período. Três Estados já terminaram a colheita, segundo o Usda.

Arroz A China, líder mundial em produção do cereal, terá uma safra de 147 milhões de toneladas, 1 milhão a mais do que na anterior, segundo informou o Usda. A Índia vem a seguir, com 107 milhões; Indonésia fica com 37 milhões.

Exportadores Índia e Tailândia deverão liderar a lista dos exportadores no próximo ano, colocando 10 milhões de toneladas cada uma no mercado externo. Paquistão vem a seguir, com 4,2 milhões.

Acima do esperado O setor de suinocultura não esperava exportar tanto como está exportando. Até outubro, foram 615 mil toneladas, 38% acima do volume de janeiro a outubro do ano passado.

Continua O ritmo acelerado continua neste mês, quando as exportações poderão atingir 60 mil toneladas apenas com carne "in natura".

Preço melhor A arroba de carne suína foi a US$ 2.630 neste mês, 19% mais do que há um ano. As receitas já somam US$ 1,2 bilhão neste ano, segundo a ABPA (associação do setor).

Soja em MT As vendas antecipadas subiram para 36%, ainda inferiores aos 53% de um ano atrás.


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