Folha de S. Paulo


Após ano difícil, pecuária espera voltar a ter ganhos em 2017

Márcio Mingardo/Divulgação Assocon
Gado confinado em fazenda no Estado de Goiás
Gado confinado em fazenda no Estado de Goiás

Este ano não está sendo um bom período para a pecuária, principalmente para os confinadores. O setor tem esperança, no entanto, de que o cenário melhore em 2017.

Os principais entraves encontrados em 2016 devem ser superados no próximo ano. Essa é a esperança de Alberto Pessina, o novo presidente da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores).

Entre os fatores que vão auxiliar o setor está a abertura de novos mercados, como o dos Estados Unidos.

Os norte-americanos, após quase duas décadas de negociações, abriram as portas para a carne "in natura" brasileira.

Pessina aposta, também, na melhora na economia brasileira, o que deve gerar mais demanda para o setor. Além disso, as supersafras de grãos nos Estados Unidos e o aumento de produção no Brasil devem reduzir os custos dos grãos, um dos componentes de custo do setor.

O novo presidente da Assocon espera que, após um 2015 com lucro e um 2016 muito difícil, a pecuária volte a ter ganhos em 2017.

O setor está em um período muito complicado, principalmente para o confinamento. Os custos da ração subiram, o estoque de animais caiu, mas o preço do boi não teve a correção esperada, segundo ele.

A demanda interna está contida e muitos importadores, principalmente os ligados ao petróleo, pisaram no freio nas importações.

Do lado externo, Pessina acredita que a abertura dos novos mercados e a competitividade da carne brasileira vão dar impulso às exportações. Além disso, um acerto externo nos preços do petróleo darão novo fôlego aos países produtores de óleo e importantes importadores de carnes.

O novo presidente da entidade acredita que o papel da Assocon seja o de agregar ainda mais a cadeia produtiva. Essas ações são importantes no mercado interno e vão desde a difusão de tecnologia e de informações à classificação de carcaças.

No setor externo, a atuação da instituição visa a abertura de novos mercados —a Assocon participou da abertura do mercado dos EUA—, bem como a melhora na distribuição de cotas em mercados importantes como o da Europa.

O mercado de confinamento tem participação de 5% a 7% nos abates de gado no país, que é de aproximadamente 35 milhões de cabeças por ano.

A Assocon iniciou nesta terça-feira (20), em Goiânia, um encontro do setor para discutir, entre outros temas, as necessidades dos consumidores. O evento termina nesta quinta (22).

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Frango? O aumento de custos de produção fez o setor de proteínas pisar no freio na produção. A oferta de carne de frango deverá ficar em 13 milhões de toneladas neste ano, abaixo dos 13,5 milhões projetados no início do ano pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Suínos? Também sentindo o efeito da redução de oferta de milho, e consequente alta do cereal, a produção de carne suína desacelera, caindo para 3,64 milhões de toneladas neste ano. A estimativa inicial era de 3,76 milhões, segundo Francisco Turra, presidente da ABPA.

Recuperando o posto? Os argentinos esperam um bom avanço na produção de milho neste ano e, com isso, recuperar o posto de um dos principais exportadores mundiais do cereal.


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