Folha de S. Paulo


Embrapa inibe entrada de 79 espécies de pragas no Brasil

Science
Lagarta-do-algodão, Helicoverpa armigera, praga que mais afetava as plantações de algodão na China, acabou sendo controlada após a introdução de transgênicos. (Foto: Science) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Lagarta Helicoverpa armigera, que se espalhou por diversas culturas brasileiras, como a do algodão

Nos anos 2000, uma lagarta exótica entrou no país. Mais tarde, a Embrapa chegou à conclusão que era uma espécie Helicoverpa armigera. Voraz e insaciável, a lagarta se espalhou por diversas das principais culturas.

Sem produtos adequados para o combate dessa praga, os efeitos da presença da Helicoverpa nas lavouras brasileiras foi devastador, trazendo custos de US$ 1,7 bilhão para o setor agropecuário.

Outras 79 espécies de pragas –de 1977 a 2016–, para sorte do produtor brasileiro, não tiveram o mesmo êxito quando chegaram no país.

Antes de se espalharem, foram detectadas na estação quarentenária de plantas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

A entrada dessas pragas em território brasileiro traria bilhões de dólares em custos para o produtor.

"Essas pragas [79] são um número significativo", diz Marcelo Lopes, pesquisador da entidade. Ele lembra que durante todo o século passado foram 200 espécies.

RISCO

O trânsito de material vegetal pelo mundo é inevitável nesses tempos, mas sempre há o risco da introdução de novas pragas em áreas ainda não afetadas por elas.

Com isso, a dispersão mundial de pragas agrícolas ocorre em taxas crescentes. Maior fluxo comercial mundial entre os países e mudanças climáticas são dois dos principais canais para a dispersão.

A quarentena vegetal serve para uma avaliação das plantas e prevenir a introdução e disseminação das pragas, que, às vezes, vêm em um belo lírio ou em uma muda de oliveira ou de videira.

O estudo da Embrapa indicou que a maior incidência de pragas ocorre em material de propagação vegetativa. Ou seja, em mudas, tubérculos, bulbos e estacas. As sementes têm incidência menor.

As 79 espécies de pragas detectadas –quatro delas de 2014 a 2016– vêm em forma de insetos, ácaros, nematoides, fungos, vírus e bactérias.

As pragas não existem no Brasil e muitas não estão incluídas na lista de importância quarentenária do Ministério da Agricultura.

As maiores ocorrências de pragas em importações vegetais ocorreram em lírios, oliveiras, uva e maçã. Já milho, arroz, algodão e trigo têm as menores incidências.

Lopes diz que esse trabalho é importante não só para impedir a entrada das pragas, mas também para criar padrões de referência no setor.

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SETOR EXPORTA MAIS CARNE EM SETEMBRO

A exportação de carnes tem ritmo melhor neste mês do que no anterior. Mantido o desempenho dos 11 primeiros dias úteis, as exportações de carne de frango deverão subir para 376 mil toneladas.

Esses dados mostram apenas as vendas de produto "in natura" e indicam evolução de 14% antes as 329 mil toneladas de agosto.

A carne bovina também melhora o desempenho. A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indica exportação de 99 mil toneladas de produto "in natura". Em agosto, foram 83 mil.

Também com cenário positivo, a carne suína pode somar 67 mil toneladas "in natura", com evolução de 17% ante o resultado de agosto.

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Milho - As máquinas já colheram 9% da área destinada ao cultivo do milho nos Estados Unidos. Esse percentual fica abaixo da média dos últimos cinco anos, que esteve em 12%, segundo dados de acompanhamento do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A previsão de safra é de um novo recorde: 383,4 milhões de toneladas.

Soja - A safra de soja está com um avanço menor do que a do milho, mas dentro da média dos últimos anos. Os dados do Usda indicam colheita em 4% da área plantada, percentual próximo da média dos últimos cinco anos, que é de 5%. A colheita deste ano será recorde, atingindo 114,3 milhões de toneladas, segundo os números do Usda.

À espera - O mercado de grãos teve pouca movimentação nesta segunda-feira (19) em Chicago. Os participantes do setor estão à espera das medidas do Fed, na quarta-feira (21), quando a entidade vai definir sobre se eleva ou não os juros. O setor de commodities não espera uma elevação das taxa e, por isso, mantém os preços das commodities.


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