Folha de S. Paulo


Chuva inesperada na colheita nos Estados Unidos eleva preços dos grãos

Daniel Acker - 28.mai.2013/Bloomberg
*** MERCADO*** Bloomberg's Best Photos 2013: Immature corn plants are surrounded by standing water in a field outside Wyanet, Illinois, U.S., on Tuesday, May 28, 2013. Much of Iowa and central Illinois, the largest corn and soybean states, had twice the normal amount of rain in the past week, slowing planting in some regions. Photographer: Daniel Acker/Bloomberg ORG XMIT: 454132649 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Plantas rodeadas por água em plantação nos EUA

Começou a chover em plena safra de soja e de milho nos Estados Unidos, um cenário inusitado para o Meio-Oeste. Tradicionalmente, o clima é seco neste período do ano na região.

O mercado futuro de Chicago já deu a resposta a essa mudança de clima. Os preços da soja e do milho subiram na Bolsa de Chicago, importante referência mundial para essas commodities.

Essa recuperação ocorre após um início de semana em baixa, quando os preços haviam refletido os números recordes da produção norte-americana.

Na sexta-feira da semana passada (9), a soja era negociada a US$ 9,80 por bushel de 27,2 quilos em Chicago.

Com a nova divulgação da safra pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o preço caiu e a oleaginosa foi negociada, na quinta-feira (15), a US$ 9,51. Nesta sexta (16), subiu para US$ 9,66.

A mais recente estimativa do Usda apontou para uma safra recorde de 114,3 milhões de toneladas de soja, ante 110,5 milhões previstas em agosto.

O milho também seguiu a mesma tendência, com uma elevação dos preços praticados nesta sexta-feira (16), em Chicago, para US$ 3,41 por bushel (25,4 quilos), acima dos US$ 3,30 de quinta-feira (15).

Daniele Siqueira, analista da AgRural, de Curitiba, diz que as chuvas são anormais neste período do ano, mas que elas não devem mudar muito os rumos da safra de grãos do Estados Unidos, principalmente no caso do milho, cuja colheita já está mais adiantada.

Para que haja uma queda significativa na produção nos EUA, precisaria ocorrer o que se verificou em algumas regiões do Brasil, onde o excesso de chuva derrubou a produtividade e, em alguns casos, até abortou a colheita.

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Deficit mundial de açúcar atinge 15 milhões de toneladas

O mundo deverá conviver com um deficit na oferta de açúcar, em relação à demanda mundial, de 15 milhões de toneladas em apenas dois anos.

A safra 2015/16, que se encerra, teve uma oferta de 7,9 milhões de toneladas abaixo da demanda mundial.

Na próxima, que deverá começar em outubro, o deficit permanece elevado, ficando em 7,2 milhões.

Os números são do Rabobank, instituição especializada em agronegócio.

Uma das consequências desse deficit foi uma recuperação do preço, que esteve em 21,78 centavos de dólar por libra-peso nesta sexta-feira (16), em Nova York, 90% mais do que há um ano.

O Brasil será um dos países produtores que terão crescimento na oferta de açúcar nesta safra.

A produção da região centro-sul somou 19,1 milhões de toneladas de abril ao início deste mês, 17% mais do que em igual período anterior, informou a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) nesta semana.

Segundo o Rabobank, a Índia manterá a produção de 23,5 milhões de toneladas na safra 2016/17, enquanto a da China sobe para 10 milhões.

Apesar do aumento de produção, a China deverá importar de 4 milhões a 5 milhões de toneladas em 2016/17. Os estoques do país são estimados em 7,5 milhões de toneladas.

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Paiol cheio A produção brasileira de milho deverá subir para 92,3 milhões de toneladas na safra 2016/17, segundo estimativas da Safras & Mercado.

Boa recuperação Se confirmadas as estimativas da Safras, a produção crescerá 30%. Apesar dessa intensa evolução, fica apenas 4,4% acima da de 2014/15, quando atingiu 88,4 milhões.

Os líderes 1 Conforme essa estimativa preliminar da consultoria, Mato Grosso deverá produzir 20,9 milhões de toneladas, 30% mais do que em igual período anterior.

Os líderes 2 Já o Paraná deverá colher 4,2 milhões na primeira safra e 14,2 milhões na segunda. Com isso, esses 18,4 milhões de toneladas superam em 14% o do ano anterior.

Na bomba O litro de etanol hidratado subiu para R$ 2,299 nesta semana na cidade de São Paulo, 1% mais do que na anterior. A gasolina esteve a R$ 3,449, em média, segundo pesquisa da Folha.


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