Folha de S. Paulo


Produtor de arroz espera retomar patamar normal de produção

Paulo Whitaker - 28.fev.08/Reuters
ORG XMIT: 265301_1.tif A farmer harvests rice in Sorriso, Mato Grosso state in western Brazil, February 28, 2008. Industrial companies are being attracted to the western of Brazil by the abundant supply of grains and oilseeds and will be complementary on their activities in the region. REUTERS/Paulo Whitaker (BRAZIL)
Colheita de arroz em Sorriso, Mato Grosso

Os produtores gaúchos de arroz vão levar as máquinas para o campo nas próximas semanas. O plantio deverá ser iniciado a partir de setembro, embora o período ideal seja de outubro ao final da primeira quinzena de novembro.

Os produtores que anteciparem o plantio poderão colocar mais cedo o produto no mercado, e a preços melhores.

Os preços atuais do arroz, próximos a R$ 50 por saca, são remuneradores, mas não são garantia de renda na próxima safra, segundo Maurício Fischer, diretor técnico do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz).

Os preços atuais são fruto de uma baixa oferta, uma vez que boa parte dos produtores teve de antecipar vendas, quando os preços eram menores.

A rentabilidade da próxima safra fica dificultada porque parte dos produtores já inicia a produção com custos elevados e baixa oferta de crédito, segundo ele.

Os custos de produção vão atingir 7,5 toneladas por hectare. Quem produzir abaixo desse volume fica no vermelho.

Há um grupo de produtores que já iniciam a safra com sérias dificuldades, segundo Fischer. São os que tiveram perdas de produtividade na safra recente, venderam mais cedo o arroz e agora não conseguem crédito.

Tudo isso leva esses produtores, estimados em 30% do total, a usar baixa tecnologia durante a safra. Vão economizar na semente, nos agroquímicos e fazer um manejo menos adequado. O resultado será uma produtividade menor, segundo Fischer.

A área a ser semeada deverá ficar próxima de 1,1 milhão de hectares, com produção prevista de 8,5 milhões de toneladas. Neste ano, foram 7,3 milhões.

Mas o diretor-executivo diz que as perspectivas são boas, devido à previsão de bom clima, ao abastecimento normal de água e a novas tecnologias de semente.

Para ele, é importante o Estado retomar o patamar normal de produção para abastecer não só o mercado interno como ter produto para exportar.

As exportações anuais de arroz feitas pelo Brasil somam 1,2 milhão por ano, e os investimentos para a obtenção desse patamar foram grandes, afirma.

O diretor-executivo acredita em um aumento de produtividade na safra 2016/17. Os produtores têm à disposição uma nova variedade de semente do Irga com maior potencial de produção.

A produtividade vai de 10 a 12 toneladas por hectare, dependendo da área e do manejo do produtor.

Na safra anterior, a disponibilidade dessa semente era menor. "O produtor tem de ficar atento porque o custo é garantido, enquanto a produção depende de muitos fatores", diz ele.


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