Folha de S. Paulo


Demanda maior de grãos na Europa abre portas ao Brasil

Stephane Mahe - 8.ago.2012/Reuters
Colheita de trigo é feita em Moisdon-La-Riviére, na França; demanda abre portas ao Brasil
Colheita de trigo é feita em Moisdon-La-Riviére, na França; demanda abre portas ao Brasil

A produção de grãos cresce na União europeia e deverá chegar a 313 milhões de toneladas na safra 2016/17. Essa evolução tem, no entanto, um percentual de crescimento inferior a 1% na média dos últimos três anos, enquanto a evolução da necessidade de consumo chega a 1,3% ao ano.

Esse descolamento deverá colocar os europeus ainda mais dependentes das commodities de outras regiões, uma vez que as áreas produtivas da Europa estão praticamente esgotadas. Um bom cenário para o Brasil.

O uso total de grãos para consumo humano deverá somar 66 milhões de toneladas em 2017, acima do industrial, que será de 33 milhões, segundo dados da Comissão de Agricultura. Já a destinação de grãos para os animais irá a 175 milhões de toneladas.

A demanda maior na Europa abre portas para o Brasil principalmente no milho, cujo consumo –só para animais– será de 58 milhões de toneladas no próximo ano nos países que compõem a União Europeia.

Fortes na produção de trigo, que atinge 144 milhões de toneladas por ano, os europeus obtêm apenas 65 milhões de toneladas de milho.

A importação de milho deste ano pelo bloco vem sendo acima da média dos últimos cinco anos. E o Brasil, que começa a se consolidar como um exportador de milho, tem sido um dos mercados da Europa.

Clima seco e queda de produção de pelo menos 14 milhões de toneladas neste ano no país serão limitantes para as exportações brasileiras.

Considerando a necessidade total de grãos, os europeus devem buscar 17 milhões de toneladas no mercado externo no próximo ano. Esse volume não inclui as oleaginosas, como a soja, um dos principais produtos exportados para os europeus pelo Brasil.

A área de produção com grãos é de 57 milhões de hectares.

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Ritmo mais lento - As exportações brasileiras de soja serão de 52,5 milhões de toneladas em 2017, 1% menos do que neste ano, segundo estimativas da consultoria Safras & Mercado.

Produtividade - Esse volume será possível porque o país vai semear 33,5 milhões de hectares, produzindo 103,4 milhões de toneladas. A consultoria estima produtividade média de 3.101 quilos de soja por hectare.

Suco - Os preços tiveram forte queda no mercado futuro de Nova York nesta terça-feira (2). O primeiro contrato recuou para US$ 1,71 por libra-peso, 5,5% menos do que no dia anterior.

Demanda - Os preços do suco de laranja refletem atualmente a queda na demanda mundial. O mercado deverá encontrar pela frente, no entanto, um cenário mais apertado na oferta.


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