Folha de S. Paulo


Produção europeia deve reduzir mais preços de grãos

A alta na produção de grãos dos europeus coloca os preços das commodities em tendência ainda maior de baixa.

No acumulado de 28 países, considerando a intenção de plantio dos agricultores europeus, a produção sobe para 309 milhões de toneladas neste ano, 1,3% acima do volume do ano anterior.

Os dados são da Copa e da Cogeca, entidades que congregam produtores e cooperativas da Europa.

Já a produção de oleaginosas, incluindo colza e girassol, fica praticamente estável, em 31,1 milhões de toneladas.

Os dados indicam que a maior evolução de produção vem dos países do Leste Europeu. Em 12 deles, a produção sobe 10% no ano, enquanto o volume acumulado nos países da Europa Ocidental recua 2%.

A queda nesses países ocorre devido a uma redução de produtividade, inclusive no trigo, líder em volume. A safra do cereal recua para 156 milhões de toneladas.

A França, líder europeia na produção, produz menos e deverá ter uma safra de 71 milhões de toneladas de grãos, ante 73 milhões no ano passado.

O mesmo ocorre com a Alemanha, cuja safra recuará de 49 milhões de toneladas em 2015 para 47 milhões neste ano, de acordo com estimativas das entidades.

Já no Leste Europeu, a Polônia aumenta a produção para 29,2 milhões de toneladas, 9% mais do que em 2015.

A maior expansão fica para a Romênia, cuja safra deste ano renderá 21,2 milhões de toneladas, 27% mais do que no ano passado.

Essa estimativa de maior safra dos produtores e cooperativas acompanha a FAO, que também prevê oferta maior de grãos e redução dos preços dos alimentos.

Dólar elevado e preços do petróleo com forte queda também cooperam para um enfraquecimento dos preços das commodities, segundo avaliações do mercado.

Assim como na Europa, O Brasil também produzirá mais neste ano, com safra prevista em 210 milhões de toneladas.

Os norte-americanos também deverão produzir mais neste ano, uma vez que as estimativas climáticas indicam condições favoráveis no período de plantio.

Biodiesel - A produção nacional subiu para 3,9 bilhões de litros no ano passado, 15% mais do que em 2014, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A evolução se deve a uma mudança da lei, que determina participação de 7% de biodiesel no volume de diesel.

Soja - Na avaliação da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), o óleo de soja respondeu por 77% do biodiesel produzido. Gorduras animais (19%) e óleo de algodão (2%) vieram a seguir.

Volume - Pelo menos 2,7 milhões de toneladas de soja foram utilizados para a produção de biodiesel no ano passado, segundo a Abiove.

Safra - A colheita de soja deste ano avança e já atinge 10%, segundo a AgRural. Esse avanço se deve ao Paraná, que já colheu 24%.

Mato Grosso - A colheita atinge 12% da área, um ritmo lento ante o de 2015. A chuva impede a movimentação das colheitadeiras.

Mais por menos - O agronegócio exportou, em 2015, um volume 16% superior ao de 2014. Os preços recebidos em dólar, no entanto, recuaram 18%.

Efeito dólar - Os dados são do Cepea, que aponta que alguns produtos, como a celulose, obtiveram alta de preços em reais, devido à desvalorização. Para outros, como a soja, a desvalorização do real não foi suficiente para compensar a queda externa.


Endereço da página: