Folha de S. Paulo


Exportação brasileira de carnes avança na terceira semana do mês

Mauro Zafalon - 10.jul.15/Folhapress
Gado em confinamento em fazenda de Mato Grosso; exportações aumentam em volume no mês; mas preços ainda caem

A exportação de carnes está aquecida neste mês. Nas três primeiras semanas de novembro, as vendas externas de carne suína subiram 53% em relação às de outubro.

No mesmo período, as de frango aumentaram 24%, enquanto a bovina teve alta de 6%, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), divulgados nesta segunda-feira (23).

Esses dados da Secex se referem apenas às exportações de carnes "in natura", mas a tendência é de elevação também das demais carnes, segundo informações do setor.

Ricardo Santin, da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), diz que realmente as vendas externas deram um salto na terceira semana do mês. Isso já tinha ocorrido na primeira.
Essa aceleração nas exportações "ainda é um rescaldo do fechamento do porto de Itajaí (SC)", afirma Santin.

O fechamento obrigou os exportadores a um remanejamento do volume que seria exportado, inclusive para o mercado interno. Agora estariam redirecionando um volume maior para o externo.

Outro fator de impulso às exportações é a valorização do dólar, que deixou o produto brasileiro mais competitivo, na avaliação de Santin.

Ele coloca, ainda, uma antecipação das importações de países onde há frio intenso nos próximos meses, o que dificulta as operações nos portos. Esses volume, no entanto, é pequeno.

Devido a essa aceleração das vendas nas primeiras semanas, a ABPA estima que as exportações de carne de frango fiquem próximas das 400 mil toneladas no período.

O volume sobe, mas os preços em dólares diminuem, apesar de as receitas em reais melhorarem. O valor médio da arroba de carne de frango recuou para US$ 1.488 neste mês, 22% menos do que há um ano.

No mesmo período, o valor da tonelada de carne suína caiu 39%; e a bovina, 10%.

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Bovinos emitem menos metano, aponta Embrapa

A Embrapa, por meio da Rede de Pesquisa Pecus, está realizando um estudo inédito para avaliar o balanço de carbono na pecuária brasileira.

Os primeiros resultados, referentes ao bioma pampa, demonstram que as emissões são bem inferiores aos resultados divulgados por organismos internacionais.

Durante um ano, a Embrapa Pecuária Sul mediu as emissões em animais em diferentes patamares de pastagens naturais do bioma.

As emissões de metano ficaram até 43% inferiores às estimativas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climática) para a pecuária do Brasil.

Dependendo do campo em que fica o animal, a emissão vai de 31,6 kg a 46,35 kg de metano por ano por animal, abaixo dos 56 kg estimados pelo IPCC, segundo Cristina Genro, coordenadora do projeto Pecus no bioma pampa.

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Ferronorte Projeto de ligação do Centro-Oeste com o Norte por trilhos, a Ferronorte -entre Lucas do Rio Verde (MT) e Miritituba (PA)- propiciaria uma economia anual de R$ 2,7 bilhões ao setor produtivo, valor baseado no volume de cargas projetado para 2020.

Papel estratégico Um dos potenciais eixos logísticos para as duas regiões, a nova rota terá papel estratégico para tornar mais eficiente e ágil a movimentação de cargas, segundo estudo realizado pela CNI e por federações das indústrias da região. Os investimos são estimados em R$ 11,1 bilhões.

Movimento maior O terminal de contêineres de Rio Grande (Tecon), do grupo Wilson Sons, fechou os dez primeiros meses do ano com uma movimentação 5,2% maior do que no ano passado. A cabotagem superou em 11,8% o movimento anterior.

Argentina competitiva A eleição de Mauricio Macri na Argentina deve diminuir a interferência do governo sobre o mercado agrícola, especialmente sobre exportações. Com isso, pesquisadores do Cepea consideram que a concorrência entre soja e milho brasileiros e argentinos vai se acirrar.

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Produtor prefere celular para busca de informação

De cada dez produtores de soja, sete acessam a internet, inclusive para buscar informações relativas ao seu negócio. E o celular, com 52%, é o preferido pelo produtor para a busca dessas informações.

Esses números são o resultado de uma pesquisa da Make Inteligência Estratégica e da Spark, feita com 300 produtores de soja das regiões Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

A pesquisa aponta, ainda, que pelo menos 79% dos produtores acessam a internet diariamente. Esses acessos visam, além da busca de informações, a troca de e-mails e de mensagens.

O objetivo dos produtores é buscar informações técnicas na Embrapa, previsões do tempo e outras notícias.

A pesquisa indicou que os produtores buscam informações sobre tecnologia, máquinas agrícolas e defensivos nos sites das próprias empresas.


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