Folha de S. Paulo


Receita da pecuária sobe mais do que a da soja

O setor de bovinos, o segundo item de maior valor de produção no país, dá a volta por cima e começa a desbancar até a líder soja.

Desacreditada nos últimos anos, a pecuária deve acumular um valor bruto de produção de R$ 73 bilhões neste ano, com evolução de 26% nos últimos dois anos.

Já a soja, após forte aceleração a partir de 2010, tem variações bem menores. A oleaginosa deverá obter receita acumulada de R$ 95 bilhões neste ano, valor que, se atingido, vai apontar alta de apenas 4% em dois anos.

Soja e boi seguem caminho inverso. Os estoques baixos da soja fizeram o preço atingir até US$ 16 bushel (27,2 quilos).

O preço incentivou o cultivo, a produção aumentou e houve uma recuperação mundial dos estoques, o que fez os preços recuarem para os atuais US$ 10 por bushel.

A tendência de produção ainda é de alta, o que pode derrubar os preços da oleaginosa ainda mais.

Já a pecuária tem uma escassez de animais prontos para o abate, tanto no mercado interno como no externo. O preço da arroba subiu para patamares recordes, superando R$ 150, segundo a Informa Economics FNP.

O boi ensaia uma queda nas últimas semanas, mas o Brasil ainda é um dos poucos produtores com fôlego para abastecer o mercado mundial. A arroba foi negociada a R$ 145 nesta terça-feira (14), em São Paulo.

Os valores de produção da pecuária e da soja são do Ministério da Agricultura, que divulgou o Valor Bruto da Produção do país nesta terça-feira.

As estimativas para 2015 são de R$ 463 bilhões e incluem 26 produtos. Deste valor, R$ 295 bilhões vêm de lavouras e R$ 168 bilhões da pecuária -o ministério inclui ovos, leite, frango e suínos neste item.

Editoria de Arte/Folhapress

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Exportação e consumo interno sustentam mercado de frango

Livre de problemas sanitários no setor de avicultura, o Brasil ganha novos mercados para o frango, além de elevar o volume exportado em mercados tradicionais.

O mesmo não ocorre com um dos principais concorrentes brasileiros, os Estados Unidos. A gripe aviária em vários Estados deverá fazer com que o país reduza em 8,5% as exportações totais de frango neste ano, para 3,44 milhões de toneladas.

A Tailândia, outro concorrente do Brasil, também aproveita a desaceleração das vendas dos Estados Unidos. No ano passado, as exportações desse país asiático cresceram 11%.

As exportações brasileiras, após o recorde de junho, somaram 2 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, 2% mais do que em igual período de 2014.

Já as receitas caíram 9%, recuando para US$ 3,4 bilhões. Em reais, no entanto, o valor sobe para R$ 10,2 bilhões, 18% mais do que em 2014. Os dados são da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Essa boa evolução das exportações e do consumo interno faz com que a ABPA estime crescimento de 2% a 3% neste ano na produção, que deverá atingir 13 milhões de toneladas.

O consumo per capita interno também cresce, subindo para 45 quilos, segundo a representante do setor.


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