Folha de S. Paulo


Agronegócio exporta mais, mas recebe menos

Os preços médios dos produtos exportados pelo agronegócio continuam caindo, mas o desempenho das exportações deste mês, em volume, surpreende e é melhor do que o de há um ano.

Um dos destaques é o milho, cujas exportações estão bastante aceleradas. Em média, as vendas externas deste bimestre somam 130 mil toneladas por dia útil, 40% acima do que ocorreu nos primeiros dois meses de 2014.

Até a carne de frango, produto que vinha com recuo nas exportações, voltou a subir e o volume médio embarcado por dia útil deste mês supera em 29% o de janeiro e em 16% o de fevereiro de 2014.

As carnes bovina e suína superaram o volume exportado em janeiro, mas ainda estão distantes do que foi embarcado em fevereiro do ano passado.

A Abiec (Associação Brasileiras das Indústrias Exportadoras de Carne) divulgou nesta segunda-feira (9) os dados de janeiro, que indicaram queda do volume para 96 mil toneladas de carne bovina, 26% menos do que em dezembro. O resultado financeiro caiu para US$ 426 milhões (-23%).

Os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam ainda recuperação das exportações de algodão, que subiram 160% ante as de fevereiro de 2014. Os preços, no entanto, continuam caindo -17% em 12 meses.

O Brasil conseguiu se recuperar também nas exportações de açúcar, que aumentaram 9% em janeiro em comparação às do mesmo período do ano passado. Mas os preços continuam em queda, reduzindo o volume financeiro obtido no período.

O café, que vem obtendo bom desempenho nos últimos meses, mantém aceleração média nas vendas. Mas, por ser fevereiro um mês curto para as exportações, o volume ficará abaixo do de janeiro, quando as vendas totais somaram 3 milhões de sacas, segundo dados do Cecafé (conselho dos exportadores).

Até o embarque médio de minério deste mês vem superando o de igual período do ano passado. A forte queda nos preços, no entanto, aponta receitas 36% inferiores às de igual mês do ano passado.

O mesmo ocorre com o petróleo, cujas exportações médias diárias subiram 365% neste mês ante as de fevereiro do ano passado.

Mesmo com a queda de 51% nos preços médios do produto no período, as receitas atingem US$ 91 milhões por dia, 128% mais do que as de fevereiro de 2014, segundo a Secex.

Editoria de Arte/Folhapress

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Árvores plantadas O setor exportou produtos no valor de US$ 7,4 bilhões no ano passado, 1% mais do que em 2013. As importações foram de US$ 1,8 bilhão, 4% menos.

Celulose A indústria de celulose somou 16,5 milhões de toneladas, 9% mais do que em 2013. Já a produção de celulose de eucalipto (fibra curta) foi de 14,2 milhões de toneladas, um crescimento de 10,2%, segundo a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).

Mercado externo As exportações de celulose de eucalipto (fibra curta) somaram 10,6 milhões de toneladas em 2014, um crescimento de 13% em comparação às de 2013. A Fibria, a líder mundial em celulose de eucalipto, produziu 5,3 milhões de toneladas e exportou 4,8 milhões.

Fatia A Fibria foi responsável por 45% do volume total de celulose de eucalipto exportado pelo Brasil em 2014, encerrando o ano com um faturamento de R$ 7 bilhões. Desse total, R$ 6,4 bilhões vieram das vendas de celulose no mercado externo, segundo a empresa.

Mandioca Os preços atuais equivalem apenas a um terço dos de há um ano. E podem cair mais. A avaliação é do Cepea, que acompanha produção e evolução dos preços desse setor.

Valor Em janeiro, a tonelada de mandioca recuou para R$ 191, uma queda de 64,5% em relação aos preços de há um ano. A esse preço, a maioria dos produtores não consegue cobrir os custos operacionais, aponta o Cepea.


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