Folha de S. Paulo


PIB do agronegócio cresce, mas agroindústria pisa no freio

O agronegócio brasileiro continua sendo eficiente dentro da porteira, mas há dificuldades no avanço da industrialização desses produtos saídos do campo.

É o que aponta o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) na pesquisa do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio referente ao primeiro semestre deste ano.

Parte dessa dificuldade vem de problemas encontrados pelo país na exportação de produtos manufaturados.

As matérias-primas e os semiprocessados dominam as vendas externas, enquanto os processados e os produtos frescos (frutas, flores e outros) enfrentam barreiras comerciais ou não atendem às exigências de qualidade e sanitárias, afirma Geraldo Barros, coordenador do Cepea.

Nos últimos dez anos, o PIB do agronegócio cresceu a uma taxa anual de 2,7%; o da agropecuária, 3,8%, e o da agroindústria, 2%. Neste ano, este último setor está estável.

No ano passado, a agropecuária representou 29% do PIB do agronegócio, com a agroindústria ficando com 28%. Em 1995, a participação da agroindústria era de 35% e a da agropecuária, 24%.

Mesmo sem um avanço consistente da agroindústria, a evolução da produção no campo, via aumento de produtividade, fez os alimentos chegarem com preços mais acessíveis ao consumidor.

Para Barros, o grande desafio do setor é manter o ritmo de crescimento da produtividade, elevando a competitividade do agronegócio, o que pode gerar mais renda ao produtor e mais benefícios ao consumidor.

Nos últimos 18 anos, o PIB agropecuário cresceu 3,6% ao ano, em média, acima dos 2,9% da economia toda. No período, os preços reais dos alimentos caíram 8%.

A pesquisa do Cepea apontou que a evolução global do PIB do agronegócio foi de 1,9% no primeiro semestre. Essa taxa foi puxada pela pecuária, que teve aumento de 4,9% no período. Já a agricultura aumentou 0,6%.

O PIB agropecuário deverá ter uma evolução de 3,8% neste ano, um pouco abaixo dos 3,9% registrados em 2013, conforme estimativas do Cepea para o setor.

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Safra de café fica em 45,1 milhões de sacas no ano

A produção nacional de café deverá atingir 45,1 milhões de sacas neste ano, conforme a nova previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Se confirmado, esse volume fica acima do da previsão anterior do órgão, que era de 44,6 milhões de sacas, mas inferior aos 49,2 milhões de sacas da safra de 2013.

Minas Gerais se mantém como o principal produtor, mas a safra deste ano do Estado cai para 22,6 milhões de sacas, 18% abaixo do volume do período anterior. Espírito Santo, o segundo maior produtor, terá uma safra de 12,8 milhões de sacas, com evolução de 10% no ano.

A Conab indica uma produção de 32,1 milhões de sacas de café arábica e de 13 milhões do tipo conillon.

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Suco de laranja O setor de suco, que já vive um período de estoques elevados e de consumo em queda, reagiu a mais uma pesquisa nos EUA.

Consumo menor Os norte-americanos consumiram 8% menos suco de laranja em agosto, em relação a igual período do ano passado. Com isso, o suco teve queda de 1,5% em Nova York nesta terça-feira (16).

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FEIJÃO

O preço do feijão subiu 5,5% nos últimos sete dias, atingindo a média de R$ 95 por saca. A principal causa dessa alta é a redução na oferta em São Paulo e Paraná. Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais abastecem o país neste período do ano. O preço deverá cair no final de outubro.

Silvio Ávila - 7.set.2011/Gazeta de Santa Cruz
Colheita de feijão em lavoura de Unaí (MG)
Colheita de feijão em lavoura de Unaí (MG)

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