Folha de S. Paulo


Colômbia volta com força ao cenário internacional de café

A Colômbia está de volta ao mercado externo de café. Após um período de renovação dos cafezais, quando a oferta teve forte recuo, o país eleva a produção e aumenta a área de cultivo.

Esse período de renovação permitiu ao Brasil uma participação maior no mercado mundial, atingindo recordes de exportações.

A força renovada da Colômbia na produção pode ser vista nos dados de julho, quando o país produziu 1,24 milhão de sacas de café. É o maior volume para esse mês nos últimos 16 anos. Em julho de 2011, a produção dos colombianos se limitou a 530 mil sacas.

O maior volume produzido permitiu também uma elevação das exportações colombianas, que, em junho, foram de 800 mil sacas. Há três anos, com a escassez da produção, as exportações nesse mesmo mês eram inferiores a 500 mil sacas, conforme dados da federação nacional dos produtores.

A recuperação da produção é evidente nos números acumulados de agosto de 2013 a julho deste ano, quando o país colheu 11,7 milhões de sacas, o maior volume nas últimas cinco safras para esse período.

A renovação dos cafezais e problemas climáticos associados fizeram com que a safra colombiana recuasse para até 7 milhões de sacas no período de agosto de 2009 a julho de 2010, após ter atingido 13 milhões em 2007/08.

Devido a doenças e cafezais pouco produtivos, o governo incentivou a renovação das lavouras em busca de recuperação da produtividade.

O resultado é que o país volta a ganhar boa participação no mercado externo, ao exportar 10,6 milhões de sacas de julho de 2013 a junho deste ano. Esse volume supera em 51% os 7 milhões de sacas dos mesmos meses de 2011 a 2012.

Apesar do aumento atual de exportações, a Colômbia ainda não retomou os melhores momentos de vendas externas obtidas de julho de 2006 a junho de 2007, quando o país havia exportado 12 milhões de sacas.

Essa recuperação de produção interna e de maior participação no mercado externo pela Colômbia vem não apenas da renovação dos cafezais mas da ampliação de área cultivada.

Os colombianos chegaram em 2013 a uma área próxima de 1 milhão de hectares, 11% mais do que há cinco anos.

BRASIL

A redução de ritmo de produção e de exportação da Colômbia -o segundo maior produtor de café arábica- permitiu ao Brasil -o líder mundial- ampliar participação no mercado externo.

As exportações brasileiras atingiram 33,5 milhões de sacas em 2011. Nesse mesmo período, as receitas somaram US$ 8,7 bilhões.

A produção brasileira deste ano será de 44,6 milhões de sacas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Dessas, 32,2 milhões serão de café arábica, e 12,3 milhões, de conilon.

A cafeicultura brasileira ocupa 2,27 milhões de hectares, sendo que 15% dessa área ainda está em formação.

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Emprego Estudo do pesquisador Carlos Eduardo Fredo, do IEA (Instituto de Economia Agrícola), aponta que o mercado de trabalho no setor sucroalcooleiro vem sendo afetado por dois problemas.

Crise Um deles é conjuntural, motivado pela crise econômica no setor. O outro é estrutural e ocorre devido à mecanização na colheita.

Onde é maior Fredo aponta que as contratações não agrícolas tiveram uma participação de 36,4% nas admissões do primeiro semestre de 2014. Era de 31,2% em 2013.

Queda Mesmo assim, as contratações não agrícolas caíram 12%. Na atividade agrícola, a queda foi bem maior, atingindo 30% no período, segundo o pesquisador.

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Oleaginosa

Soja recua 4,5% na Bolsa de Chicago

O preço da soja encerrou a terça-feira (26) com forte queda tanto no mercado interno como no externo. Segundo pesquisa da Folha, a saca de 60 quilos foi comercializada, na média, a R$ 56,8, com redução de 2,6% no dia. Na Bolsa de Chicago, o valor da oleaginosa teve queda de 4,5%.


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