Folha de S. Paulo


Agricultura quer urgência em agroquímicos

O novo Ministério da Agricultura, agora tendo à frente um produtor de Mato Grosso, deverá tomar uma posição forte diante de alguns problemas que vinham afetando a produção e sendo empurrados com a barriga.

Entre vários itens escolhidos pelo ministério para atuar, dois estão entre os mais polêmicos e indispensáveis para uma evolução do agronegócio.

O primeiro deles é um novo marco nos registros de produtos agroquímicos, cuja demora na aprovação no Brasil é bem superior à de outros países.

O produtor não pode conviver cada vez mais com novas pragas e não ter opções de combate, na avaliação de Seneri Paludo, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

O secretário, que esteve ontem em um seminário da BM&FBovespa e do Ministério da Agricultura, em São Paulo, sobre as perspectivas do setor em 2014 e 2015, afirma que o ministério elegeu ainda o problema da logística para uma forte atuação.

Esses dois assuntos não dependem apenas do Ministério da Agricultura, envolvendo outras áreas do governo. O objetivo é "fazer os projetos saírem do papel e ir para o campo", diz Paludo.

A maneira de atuação da Agricultura será ter um posicionamento forte diante dos outros ministérios envolvidos nesses problemas, selecionando e mostrando a urgência da aprovação de alguns agroquímicos para o setor.

"Essas discussões vão ter embasamentos técnicos e científicos", diz ele. Esse avanço é possível e já há resultados concretos.

Ele cita o novo cenário de embarque de grãos neste ano. As discussões entre os ministérios resultaram em vantagens sociais, com menos filas de caminhões nas estradas e nos portos, e com ganhos econômicos, com redução de custos dos fretes de aproximadamente 10% nesse período de safra, segundo Paludo.

Ele acredita que a situação da logística vai melhorar ainda mais com a saída de grãos pelos portos que ficam acima de Salvador. A meta é ter uma saída de grãos de 16 milhões de toneladas na safra 2013/14 e de 26 milhões na 2014/15.

Essas novas possibilidades de saída de grãos podem significar uma redução de até 30% nos fretes na safra 2015/16, avalia Paludo.

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Ente independente O setor do agronegócio tem uma série de fragilidades no momento. Uma das saídas para resolver esses problemas é a criação de um "ente independente".

Autonomia Esse grupo teria de ter autonomia e não estar ligado a nenhum setor específico. A sugestão é do ex-ministro da Agricultura Luis Carlos Guedes Pinto.

Tamanho do agro O país deverá produzir o correspondente a 1 milhão de toneladas de grãos por habitante em 2015, segundo André Pessôa, da Agroconsult. A produção de soja poderá ficar próxima de 500 mil toneladas por habitante, diz.

Café Reunida ontem em um painel do seminário da BM&FBovespa, a cadeia de café mostrou como é difícil a concretização de informações nesse setor.

Estoques Um dos pontos mais discutidos foi o dos estoques de café, cujas estimativas vão de 5 milhões de sacas para até 14 milhões de sacas nesta safra.

Safra Além disso, os números de produção também variam de 43 milhões de sacas a 52 milhões de sacas.

Clima Para Carlos Alberto Santana, da Interagrícola, o clima não foi tão prejudicial à produção como o mercado avalia.

Previsão Santana acredita que a safra nacional de café deverá ficar 15% acima dos 44,6 milhões de sacas previstos pela Conab.

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CESTA BÁSICA

Preço cai 1,2%, mostra pesquisa do Procon

O preço da cesta básica recuou 1,2% no período de 23 a 29 deste mês. Segundo pesquisa realizada pelo Procon-SP, o valor passou de R$ 412,90 para R$ 408,06. No período, higiene pessoal caiu 4,8% e alimentação teve queda de 0,8%. Destaque para o alho, que caiu 5,2% no período pesquisado.


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