Folha de S. Paulo


Usinas preferem etanol, e produção de açúcar deve recuar 5% nesta safra

TATIANA FREITAS (interina)

Mesmo com a oferta de cana reduzida no centro-sul na safra 2014/15, que começa neste mês, a produção de etanol terá uma leve alta de 1,2%, para 25,87 bilhões de litros.

Esse aumento só será possível devido a uma queda significativa na produção de açúcar, que desta vez será sacrificado.

A produção do alimento deve cair 5,2%, para 32,5 milhões de toneladas, segundo a Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar), que divulgou ontem a sua primeira estimativa para a nova safra.

A preferência pelo álcool é motivada pelo preço. Segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica, as cotações do açúcar no mercado futuro e o preço do etanol no país indicam que o biocombustível proporcionará maior retorno.

Os números da Unica confirmam os danos que a estiagem verificada entre o fim de 2013 e o início deste ano provocou aos canaviais. A quantidade de cana colhida por hectare deve cair 8%.

Com a queda no rendimento agrícola, a moagem de cana deve diminuir 2,8% em relação à safra anterior, para 580 milhões de toneladas.

De acordo com a Unica, a menor produtividade no campo foi parcialmente compensada por um aumento de 5% na área disponível para a colheita.

Mas essa não é uma boa notícia. Além da maior disponibilidade de cana bisada, que não foi processada na safra anterior, a expansão na área reflete menor índice de renovação dos canaviais, o que pode ter consequências futuras.

Segundo Padua, a tendência é que a idade média dos canaviais aumente em 2015, provocando impactos negativos no rendimento agrícola da próxima safra.

*

Oportunidade A seca pode abrir portas para o sorgo sacarino na produção de etanol, diz André Franco, presidente no Brasil da multinacional de sementes Ceres.

Alternativa As usinas podem optar pelo plantio do sorgo sacarino para compensar a queda na produtividade agrícola da cana na próxima safra, que também já estaria comprometida em algumas regiões após a estiagem deste ano, afirma Franco.

Recorde As exportações de carne bovina e de aves aos países árabes atingiu quase US$ 1 bilhão no primeiro trimestre, segundo dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. As carnes lideram os embarques à região, com 30% de participação no total.

*

Preço do arroz aumenta com fim da colheita no Sul

Editoria de Arte/Folhapress
ARROZ Preço reage com o final da colheita no Rio Grande do Sul

Com a colheita de arroz praticamente encerrada no Rio Grande do Sul, os preços começam a reagir no campo. Em sete dias, a saca de 50 quilos do agulhinha em casca subiu 6,2%, atingindo R$ 34,72, segundo pesquisa da Folha.

De acordo com Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consultoria, os produtores estão mais capitalizados e seguram o arroz à espera de cotação melhor nos próximos dias.

Para ele, o preço na gôndola também deve subir. Além da alta da matéria-prima, as indústrias gaúchas vão repassar o reajuste de 30% nas tarifas de energia elétrica.

*

CARNE

Produção deve subir 2%, diz consultoria

A busca pelo aumento da produtividade do rebanho deve resultar em uma alta de 2% na produção de carne bovina no país neste ano, estima a Agroconsult. A consultoria projeta um crescimento de 300 mil cabeças terminadas em confinamento no Brasil e redução gradativa na idade de abate.


Endereço da página: