Folha de S. Paulo


Preços agropecuários disparam no atacado

TATIANA FREITAS (interina)

Os preços dos produtos agropecuários no atacado dispararam em março, ainda influenciados pela estiagem que afetou a produção do setor no início deste ano.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) agropecuário passou de uma taxa negativa de 0,61% em fevereiro para 6,16%, segundo o IGP-M, divulgado ontem pela FGV.

Os alimentos, tanto no atacado como no varejo -em que subiram 1,55%-, foram os principais responsáveis pela variação de 1,67% no IGP-M de março, acima das expectativas do mercado. Em fevereiro, o índice ficou em 0,38%.

Mais uma vez, os alimentos "in natura", como legumes, verduras e frutas, destacaram-se, com uma alta de 17,5%, ante 0,6% em fevereiro. O tomate aumentou 43,4% ao consumidor, enquanto a batata-inglesa subiu 34,2%.

No atacado, as principais altas foram café (34,5%), ovos (25,4%), milho (10,9%), soja (4,1%) e bovinos (3,8%).

Após a disparada de março, economistas esperam um arrefecimento do ritmo de alta nas próximas semanas.

No acompanhamento feito pela RC Consultores, os preços agrícolas já inverteram a tendência nos últimos dias, após seis semanas consecutivas de alta.

O índice RC, que mede a variação dos preços agrícolas no atacado, caiu 0,3% nesta semana ante a anterior.

Em alta pelo menos até o dia 20 de março -o IGP-M é calculado com base na coleta de preços entre o dia 21 do mês anterior e 20 do mês de referência-, os preços do tomate (-18%), do café (-2,3%), do milho (-3,6%) e da soja (-0,3%) caíram nos últimos sete dias, diz a consultoria.

Por outro lado, a batata e os ovos continuaram subindo, com taxas de 10,7% e 6,1%, respectivamente. O feijão (2,7%) e as carnes bovina (1,2%) e suína (4,4%) também tiveram preços mais altos.

Para a consultoria LCA, a próxima medição de preços no atacado, que será demonstrada pelo IGP-DI, mostrará desaceleração, com uma taxa de 4,95%, abaixo dos 6,16% apontados pelo IGP-M.

Restará, porém, a herança da alta no campo para o consumidor e para a indústria. A expectativa é que os preços industriais subam nas próximas semanas, influenciados por alimentos e etanol.

Leite sobe O preço do leite pago ao produtor subiu 3,22% em março, segundo o Cepea. A seca do primeiro bimestre reduziu a produção nas principais regiões, levando o valor do litro a R$ 0,94, em média, no Brasil.

Etanol também O preço do biocombustível sobe nos EUA com estoques baixos e problemas no transporte. Ontem, o preço do galão ultrapassou US$ 3 em Chicago, o que não ocorria desde 2011.

Nada consta O Ibama lançou a certidão digital de regularidade ambiental, que comprova se a fazenda não consta em listas de embargos por desmatamento. O documento foi criado a pedido da Abiove (indústria da soja) e da Abiec (carne bovina).

Safra de grãos na UE supera 300 milhões de toneladas

Em recuperação após um ano pouco favorável, a produção de grãos na Europa deve ultrapassar 300 milhões de toneladas na safra 2013/14.

Dados divulgados ontem pela Copa e pela Cogeca, entidades que reúnem produtores e cooperativas da região, mostram que devem ser colhidos 302,6 milhões de toneladas de grãos nos 28 países da União Europeia, um crescimento de 1,5%.

O inverno ameno beneficiou o cultivo dos grãos. O maior impulso vem do trigo, principal cereal produzido pelos europeus. A produção será de 144,1 milhões de toneladas, alta de 2,6%.

A estimativa para a colheita de milho é de 66,6 milhões de toneladas, o que equivale a um aumento de 3,6%. Mas ainda há dúvidas sobre a área plantada na próxima estação.

ARROZ

Preço tem nova queda no Sul do país

O preço da saca de 50 quilos do arroz tipo agulhinha em casca permanece em queda nas cooperativas do Rio Grande do Sul. Segundo pesquisa realizada pela Folha, o avanço da colheita fez o valor do grão ser negociado, em média, a R$ 32,57, com redução de 1,4% em sete dias e de 4,9% em 30 dias.


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